sexta-feira, 13 de abril de 2018

O BAR DE NOCA - Germano



O BAR DE NOCA -  Germano

Há poucos dias passeando em Mata Grande lembrei do Bar de Noca, NOÊMIO DE MELO LOU, seu verdadeiro nome, então a saudade daquele grande amigo me fez relembrar algumas coisas que a vida nos ensina. Noca, tinha uma paciência incomparável com os seus fregueses e foi o pioneiro  na implantação de uma sorveteria em Mata Grande.

Se a memória não está falhando lá pelos idos anos de 1954, o picolé era a sensação do momento, todos compravam picolés. Um cidadão da zona rural, em um dia de feira, vendo a tudo, comprou seis picolés, embrulhou e levou para os filhos. Ao chegar a fazenda, muito alegre chamou a mulher e os filhos para provarem a novidade da cidade. Quando abriu o alforje que ainda estava atrelado a sela do cavalo e somente viu os palitos, passou a maior decepção, sem, contudo, deixar de chamar muitos impropérios com o dono do bar.

Lembro também que a água gelada era vendida e eu fui um dos que comprei um copo por CR$ 2,00 (dois cruzeiros). O tempo passou e certa vez chegando a Mata Grande em uma noite de inverno, a água da caixa d’água estava  muito  gelada, resolvi ir ao Bar de Noca e tomar uma dose de uísque. Ele tinha na prateleira somente uma garrafa de Drurys, recusei, ele então me perguntou: você conhece de uísque?  Com a resposta afirmativa ele disse: tenho aqui um aberto, mas é para consumo próprio. Vou lhe dar uma dose. Aceitei e como era grátis tomei mais de três, pois o bate papo foi para lá de bom naquela fria noite. Quando fui sair, agradeci e ele então, buscou outro litro me chamou e disse: leve este litro para tomar em casa. Me presenteou com um litro de uísque VAT 69  ainda intacto. Valeu o frio que passei!

O Bar de Noca foi palco de incontáveis desavenças, tinha um freguês certo aos domingos, o Dr. Eraldo Malta Brandão, que era Deputado Estadual e também gostava de tomar uísque. Cheguei algumas vezes a tomar uns tragos com ele, boa pessoa e nos dávamos muito bem.

Do Bar de Noca ficou a saudade e do amigo Noca a saudosa memória. No local hoje, funciona o Super Mercado Mandu.

Após aposentados lutamos juntos em favor do Sindicato dos Produtores Rurais de Mata Grande e em uma certa tarde eis que recebo a visita de Noca que foi levar duas mudas de NIM para que plantasse. Toda vez que passo pelas árvores lembro do meu estimado amigo. Que Deus o tenha no Paraíso Celestial!




Um comentário:

  1. Boa lembrança, Germano! Lembro-me bem de seu Noca. Um homem de bem, de bom trato, educado, atencioso. (Etevaldo)

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