sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

A CACHAÇA - Germano



“Antigamente, e especificamente no Nordeste brasileiro , em  Pernambuco, os escravos colocavam o caldo da Cana de açúcar em um tacho e levavam ao fogo.

Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse.

Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou. O que fazer agora? A saída que encontraram foi guardar o melaço longe das vistas do feitor.

No dia seguinte encontraram o melado azedo e fermentado. Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo.

Resultado: o azedo do melaço antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente.

Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome “PINGA”.

Quando a “PINGA” batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome da “ÁGUA ARDENTE”.

Caindo em seus rostos escorrendo até a boca os escravos perceberam que, com a tal goteira ficavam alegres e com vontade de dançar.

 E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.

(História contada no Museu do Homem do Nordeste).”

Portanto, meu amigo leitor não basta beber, tem que conhecer e cachaceiro bem informado passa a ter outro nível pois um “PINGUNÇO”  culto é mais respeitado.

Na cidade de Mata Grande é consumida semanalmente uma quantidade de cachaça que achei melhor chamar de "incontável".

Nos antigos carnavais, gostava de tomar uma dose da cachaça GERMANA e depois um copo de cerveja, após a terceira ou quarta dose, estava no ponto para imitar os escravos, dançar e pular sem me cansar.

A cachaça tomou conta do mundo, hoje vemos nas prateleiras dos supermercados, garrafas bem mais caras que determinadas marcas de uísque.

A cidade de Salinas em Minas Gerais, tomou a dianteira em cachaças de qualidade. Aqui em Alagoas temos boas marcas que, com tira gosto de caju, se torna irresistível.

E para completar que tal relembrar uma das melhores músicas carnavalescas:
“Você pensa que cachaça é água.
Cachaça não é água não.
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão...”


Maceió (AL), 01/12/2017.

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