quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

CASEI DE NOVO - Germano



Na nossa idade, depois de meio século é bastante  salutar comemorar bodas de ouro. O ouro é o metal mais fascinante tanto pela sua beleza como também pelo seu valor. No casamento, simboliza a força do amor e a valorização da união que já está completamente sólida.

Casei com Icléa no dia 25.12.1967 vale frisar que já percorremos muitas estradas, já residimos em diversas casas em cidades diferentes, já dobramos muitas esquinas e muitas encruzilhadas, já erramos, já acertamos, já deslizamos, já nos arrependemos pelo que fizemos e também pelo que deixamos de fazer.

Particularmente eu digo:

Amar nunca é demais e eu sempre fui capaz de amar e também sei ser amado.

Hoje o meu olhar é em direção ao amor mais lindo, e nesta direção tenho aprendido a somar, a dividir e a multiplicar, às vezes, com verdadeiros “arranca rabos” que me forçaram a renunciar a muitas coisas.

Mas tudo isto faz o amor ficar mais maduro e o aconchego de mansinho vai se alojando sem predeterminar o tempo de acabar.

O caminho a dois é sempre mais sereno, pois a cumplicidade, o carinho, as lembranças que são depositadas no álbum da saudade, nos dão força e vitalidade para o enfrentamento do porvir.

Os pequenos gestos e atitudes com seus detalhes são o alimento diário que tem sustentado a nossa união.

Viver a dois me dá grande alegria e contentamento, gosto do aconchego dengoso dela, dos beijos ainda calientes, dos insinuantes olhares quando o desejo se manifesta. Amar meus amigos nunca é demais.

Estou recomeçando mais uma caminhada e recomeçando também mais um período que denomino de sexalescente (junção de sexagenário com adolescente) e assim sempre estou recomeçando e agora com as "bodas de ouro"  estou casando de novo, com novas alianças para recomeçar um novo período de casamento a exemplo da comemoração das bodas de prata, celebrada na Igreja do Menino Jesus de Praga,  onde recebemos as bênçãos do Padre Darcy Leite, de saudosa memória,  Na ocasião trocamos as alianças novas às quais usamos até o momento.                                       

VOCÊS LERAM A FRASE:  CASANDO DE NOVO?
Alguns amigos separados  perguntam como consegui permanecer casado 50 anos com a mesma mulher.

As mulheres sempre mais maldosas que os homens, não perguntam a minha esposa como ela conseguiu ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo.

Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo. Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário.

Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue:

Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém aguenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade já estou em meu terceiro casamento - a única diferença é que casei sempre com a mesma mulher.

O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois das inevitáveis brigas a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher.

O segredo no fundo é renovar o casamento e não procurar um casamento novo.  De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, seduzir e ser seduzido.

Vez em quando chamo ela para dançar e depois uma nova lua de mel nos dá ânimo para a continuidade.

Faço de conta que estou de caso novo. Corto o cabelo bem aparadinho, compro roupas novas e me preparo para agrada-la como se fosse um novo casamento e as vezes a levo para lugares novos e desconhecidos. Mas tudo isso posso fazer sem que precise trocar de cônjuge.

Todo cônjuge precisa evoluir, estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensado em fazer no início do casamento.

Tenho certeza que minha filha e  meus filhos, netas e netos nos respeitarão pela nossa decisão de nos mantermos juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças.

A próxima comemoração será no centenário!




domingo, 10 de dezembro de 2017

ZUMBI DOS PALMARES - Germano




No  dia 21 de novembro do mês passado, foi comemorado na Serra da Barriga em União dos Palmares mais um ano em homenagem a Zumbi dos Palmares.

No ano de 1979 fui removido para União dos Palmares com a finalidade de instalar e trabalhar na Agência do BNB  e  presenciei uma dessas grandes manifestações na cidade, quiçá, uma das primeiras e a cidade foi tomada pelos manifestantes que, naquele tempo, não tinha a estrutura suficiente para tal mister.

No que tange a Serra da Barriga, inúmeras melhorias foram feitas, inclusive, um acesso melhor, lá no topo, novas estruturas foram implantadas e hoje tem sido um sucesso total, tanto é que já é um ponto turístico.

Sobre o  guerreiro Zumbi dos Palmares:



“Nasceu em 1655, foi o último chefe do Quilombo dos Palmares. É o símbolo da resistência negra conta a escravidão. Foi criado pelo Pe. Antônio Melo e aos 15 anos fugiu para Palmares. Lá adotou o nome Zumbi, que significa guerreiro.

Logo ascendeu ao comando militar do quilombo, governado então por Ganga Zumba.

Em 1678, renegou um acordo com as autoridades coloniais e assumiu a liderança de Palmares.

Combateu contra os portugueses por 14 anos.  Com  a destruição de Palmares em 1694, fugiu com outros sobreviventes e escondeu-se na mata. Foi morto numa emboscada em 1695. Seu corpo  foi mutilado e a cabeça enviada para Recife, onde foi exposta em praça pública par servir de exemplo. (Revista  Ir ao Povo, novembro/2004”

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

A CACHAÇA - Germano



“Antigamente, e especificamente no Nordeste brasileiro , em  Pernambuco, os escravos colocavam o caldo da Cana de açúcar em um tacho e levavam ao fogo.

Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse.

Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou. O que fazer agora? A saída que encontraram foi guardar o melaço longe das vistas do feitor.

No dia seguinte encontraram o melado azedo e fermentado. Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo.

Resultado: o azedo do melaço antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente.

Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome “PINGA”.

Quando a “PINGA” batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome da “ÁGUA ARDENTE”.

Caindo em seus rostos escorrendo até a boca os escravos perceberam que, com a tal goteira ficavam alegres e com vontade de dançar.

 E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.

(História contada no Museu do Homem do Nordeste).”

Portanto, meu amigo leitor não basta beber, tem que conhecer e cachaceiro bem informado passa a ter outro nível pois um “PINGUNÇO”  culto é mais respeitado.

Na cidade de Mata Grande é consumida semanalmente uma quantidade de cachaça que achei melhor chamar de "incontável".

Nos antigos carnavais, gostava de tomar uma dose da cachaça GERMANA e depois um copo de cerveja, após a terceira ou quarta dose, estava no ponto para imitar os escravos, dançar e pular sem me cansar.

A cachaça tomou conta do mundo, hoje vemos nas prateleiras dos supermercados, garrafas bem mais caras que determinadas marcas de uísque.

A cidade de Salinas em Minas Gerais, tomou a dianteira em cachaças de qualidade. Aqui em Alagoas temos boas marcas que, com tira gosto de caju, se torna irresistível.

E para completar que tal relembrar uma das melhores músicas carnavalescas:
“Você pensa que cachaça é água.
Cachaça não é água não.
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão...”


Maceió (AL), 01/12/2017.