domingo, 22 de outubro de 2017

RELEMBRANDO DELMIRO GOUVEIA - Germano



DELMIRO GOUVEIA – Germano

No dia dez deste mês fez um século da morte do grande empresário e desbravador do sertão alagoano, o legendário Delmiro Augusto da Cruz Gouveia,  nascido em Sobral, Estado do Ceará.  Delmiro mudou-se para Recife e negociava com peles de animais e posteriormente, convidado pelo conterrâneo Euclides Malta, então Governador do Estado de Alagoas, mudou-se para o sertão, onde fundou a fábrica de tecidos , cujo local chamado primeiro de Pedra, posteriormente,  passou a  cidade e hoje leva o seu nome.

Conheci Pedra e a fábrica nos idos dos anos cinquenta. Lembro que já tinha água encanada na casa do Tio Miduca (José Barbosa de Mendonça). O interessante é que colocava-se uma mangueira em uma torneira e com a boca puxávamos um pouco de água que aos poucos começava a correr para uma grande bacia de alumínio, daí, abastecíamos  as várias vasilhas e um tanque. Era água inatura do Rio São Francisco, coisa inédita naquela época.

Lembro que o apito da fábrica, que iniciou suas atividades  em janeiro de 1913, marcava o horário em que um contingente de funcionários  adentravam e saiam para a mudança de turma bem como, das moradas da vila, construídas para abrigar alguns funcionários. 

A minha mãe dizia que um dia um automóvel chegou a Mata Grande e foi uma grande festa. Era o carro do industrial que passeava pelas ruas da cidade causando grande admiração. Era o primeiro a aparecer pela cidade. Delmiro construiu uma estrada que passava por Mata Grande e seguia para Santana do Ipanema até Palmeira dos Índios. Foi também o homem que  primeiro plantou palma forrageira nos sertões alagoanos. Era portando um empreendedor de grande monta em vários segmentos administrativos.

Todavia, devido a  toda esta capacidade, passou a ser alvo da concorrência desleal e quando lia jornais foi assassinado por três sicários que foram devidamente presos e condenados, assim conta a história até então conhecida.

Para a minha surpresa,  soube agora que os homens  condenados  eram inocentes e que foram injustamente acusados pela  Polícia Militar Alagoana que pela repercussão do crime, que tomou as manchetes internacionais tinha que conseguir culpados e os achou, a custa de muita  tortura. Um dos verdadeiros culpados, José Gomes de Sá, na hora da morte, perante autoridades,  confessou a responsabilidade do crime. Agiu juntamente com José Rodrigues um grande fazendeiro do município de Piranhas, do Estado de Alagoas.








Um comentário:

  1. Mudar a data de funcionamento da fábrica. Creio que queria dizer 1913 e não 2013.

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