terça-feira, 8 de agosto de 2017

O LEITE - Germano





A produção de leite em Mata Grande poderia ser muito mais e melhor, todavia, os entraves são os mais variados possíveis e, atualmente, deixa muito a desejar. A luta dos produtores pela sobrevivência é intensa, entretanto, são periodicamente enganados pelas promessas o que causam sucessivos prejuízos.

Ultimamente li na Gazeta de Alagoas que agora, devido a última seca, mais uma vez, governo e cooperativas vão ao sertão com incentivos para a produção e armazenamento de forragens e vantagens diversas.

Como fui pequeno produtor de leite por mais de quarenta anos, posso citar alguns casos e você leitor, pode comentar e sugerir.
Primeiro vamos falar do governo que sempre promete e não dá sustentabilidade para o aumento da produção, quando essa está pouca o governo encosta, quando está alta ai em vez de melhorar a produtividade, a coisa desanda, é relegada ao esquecimento.

A seca não é o grande problema, pois o sertanejo está acostumado a tirar “leite de pedra” pois a palma, o mandacaru e a soja são grandes aliados. O maior problema está na comercialização, pois, os atravessadores, estão sempre nas estradas e sempre deixam os produtores em situações periclitantes, atrasando ou mesmo não fazendo os pagamentos devidos. 

Ainda esta semana, conversei com um  grande produtor de leite da região e ele falou que está vendendo a R$ 1,00 o litro e que já teve muitos prejuízos, alguns que superam os R$ 7.000,00. Por essas e outras resolvi  parar com a produção e até agora não me arrependi.

Agora que a produção caiu surge o governo prometendo os tanques de leite; as cooperativas se aproximam, prometendo melhorias e incentivando a produção.

Certa feita, prometeram facilitar a venda do queijo de coalho, facilitando a expedição do SIF. Ora se eu, que sei abrir uma maçaneta de uma porta, agendar uma reunião com autoridades na Capital, não consegui, imagine o nosso catingueiro. Pura utopia! Falei na hora e hoje está comprovado, não é coisa para o pequeno.

Vale registrar que esta semana comprei na padaria um litro de leite empacotado por R$ 4,39, no sertão o produtor entrega por R$ 1,00  e nem sempre recebe devidamente, pois fica uma retenção de uma quinzena que no final é perdida, afora outras que se acumulam.

O governo precisa entender que um curral que produz leite diariamente, por pequeno que seja, emprega um ou dois homens que passam a ter a sua feira semanal assegurada. Uma boa forma de ajudar, seria adquirir parte do leite produzido na região para fazer parte da merenda escolar.
Se fizer a coisa com seriedade, tudo dá certo!

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