sexta-feira, 30 de junho de 2017

O BNB EM MATA GRANDE - Germano



O BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/A EM MATA GRANDE – Germano

HISTÓRICO:  O Banco do Nordeste do Brasil, S/A foi instalado em nossa terra no final da década de 1950, logo após a inauguração de uma agência em Maceió, que é a Capital do Estado, é tanto que, lá a Unidade tem até hoje o número 031 enquanto que Mata Grande tem o número 032. Por aí dá para se entender quantas décadas permanece entre nós, promovendo o desenvolvimento sócio econômico da cidade e cidades circunvizinhas, inclusive do vizinho Estado de Pernambuco.

Sempre trazendo funcionários de outras plagas que, solteiros, alguns  casaram com matagrandenses, passando a gostar e frequentar esta terra. Ainda no final daquela década foi inaugurado o Ginásio Félix Moreno, proporcionando um aprendizado diferenciado aos alunos, que passaram a se submeter aos concursos promovidos pelo Banco e ao obter aprovação, conseguiram um padrão de vida melhor para si e seus familiares, somando-se a isso, os vários empregos indiretos que geravam.

EMPRÉSTIMOS: O Banco do Nordeste, a exemplo da SUDENE, foi criado exatamente para o desenvolvimento do semiárido nordestino e vem cumprindo com competência essa finalidade. Em Mata Grande não tem sido diferente, uma vez que atua com eficiência no comércio e principalmente na área rural.

O desenvolvimento da região também tem os seus transtornos e os assaltos não são evitáveis face os maus brasileiros que atuam nas explosões das Agências bancárias. Mata Grande não ficou impune é tanto que já assaltaram com bastante terror a agência do Banco do Brasil e também a do Banco do Nordeste, mais ou menos quinze vezes.  A  segurança  pública que é um dever do Estado, não vem sendo cumprida a contento, fazendo com que os Bancos encerrem as suas atividades e o BNB, segundo informações de terceiros, está propenso a encerrar  suas atividades nesta cidade, fazendo com que seja mais um Órgão Federal a nos deixar.

APELO: Pelo acima exposto, vimos por meio deste apelar para o Prefeito Municipal para, junto aos senhores vereadores, se engajem em uma campanha solidária no intuito de evitar que isto aconteça. Apelar para o Deputado Antonio Albuquerque que faça um pronunciamento na Assembleia Legislativa, para que o Governador do Estado também tome conhecimento desse fato e priorize a instalação da CISP em caráter de urgência. Apelar para que o Deputado Federal Nivaldo Albuquerque se junte aos demais deputados e se unam aos Ministros alagoanos para que o encerramento das atividades do BNB não se torne uma realidade.

Também se faz necessário que o Gerente local e o Superintendente do Estado de Alagoas se sensibilizem e esclareçam a Diretoria do BNB dos males que o encerramento causará a esta região nordestina.

Para se ter uma ideia,  eu precisei de enviar R$ 650,00 para Maceió e a única saída era me deslocar para Delmiro Gouveia a mais de cinquenta quilômetros. Apelei para o meu filho, residente em Santana do Ipanema que resolveu a pendência. E quem não tem alternativas? O que pode fazer os aposentados que ficam horas na fila da loteca, esperando que algum comerciante venha pagar uma duplicata para que aquela aposentadoria seja quitada e o dinheiro volte a circular no comercio? É de bom mister que a população inicie uma campanha para enviar um abaixo assinado pedindo para que o BNB não encerre suas atividades na cidade.

Apelamos por fim, ao Governador do Estado para que priorize a instalação de um alojamento digno para que haja o aumento do número de policiais na cidade, pois apenas dois, não dão conta de uma população de vinte e cinco mil habitantes  em um dos maiores municípios do Estado em área territorial.
                                                                               

terça-feira, 20 de junho de 2017

UM ROSTO NÃO CONFORMADO A UMA MENTE DIABÓLICA- Ubireval Alencar



UM ROSTO NÃO CONFORMADO A UMA MENTE DIABÓLICA

Ubireval Alencar

A expressão de um rosto, que hoje vive o confinamento de uma prisão, resultado de trinta e quatro assassinatos, todos eles com vítimas femininas. Tiago Henrique, o serial killer de Goiânia. Se não fosse tamanha a divulgação do famigerado assassino, certamente a Globo se reservaria o privilégio de ter no seu "staff" mais um rosto televisivo, para contracenar nos horários melosos das novelas.

Quase dois metros de corpo esguio, expressão cinematográfica no olhar, na ansiedade de uma entrevista a que se submetera e exibida na TV Record (Câmera Record), no último domingo passado (11.06.17). Um jovem no tempo (29 anos de idade), em vários momentos da entrevista deixa transparecer a dúvida sobre seu arrependimento, embora venha a confessar os crimes, ora em número de 28 ora 34, como se a quantidade nada mais acrescesse às suas torpezas. 

Durante a entrevista, psiquiatras em flashes intercalados de discussão se perguntavam sobre qual a razão de ser de o psiquismo viver essa anomalia do instinto de matar. O psico maníaco vinha se desenhando como psicopata. Não conhecia de antemão suas vítimas. Desconhecia seus estados civis de solteira, casada, ou livre. Alimentava o criminoso a virtualidade de escolhas aleatórias, como se as saboreasse em tons distintos. Nem prescindia de uma motivação por abandono sentimental, perda de emprego (ele tinha função empregatícia, era vigilante de uma transportadora), ou menos ainda por desavença atual ou remota com pessoas. 

Elas -  jovens ainda, aparência atraente, caminhando a esmo ou em horário de trabalho, desde que em hora solitária, e ausente de testemunhas. Como se fosse um filão do dia, na sua hora meditativa. Avistava-as num trajeto de moto, e tomava-se do impulso da escolha e decisão certeira: um tiro no rosto. Retirava-se de cena com a tranquilidade de uma entregador de jornais, ou cumprimento de uma mandado interior tresloucado.

Uma morosa investigação do "leitmotiv", do modo de andar do agente, e a repetição contínua de apenas um tiro deflagrado sobre a vítima, e de uma mesma arma utilizada. E como se permitiu que o feminicida chegasse à cifra alarmante de mais de trinta assassinatos? Um descalabro no extenso ordenamento jurídico. Pasmaceira e imperícia de uma frágil e dormente investigação. Como se compreender aberrante incúria policial, se todos os alvos alcançados eram de uma mesma cidade, de um mesmo território de coabitação do agente do crime?

"Ah, foi um moço que sofreu violência na infância, desconheceu a presença do pai, etc". Quantos nesses dias, meses e anos viveram o abandono de pais, desconheceram o carinho materno ou mesmo a afeição de rua! Ódios, condenações, bullying podem ser agentes momentâneos de desestruturação psíquica, mas não determinantes. Heróis e heroínas anônimos têm dado provas da capacidade de superação humana.

Esse rosto que fotografa e filma bem é a reserva psíquica de um desalinho da natureza humana. Guarda congênito uma patologia visceral. A fiação de neurônios e vasos comunicantes cerebrais causou-lhe tão grande desordem mental que somente aprofundados estudos da neuropsiquiatria poderão no futuro chegar a uma equação mais humanamente compreensível. 

O que mais causa estranhamento durante a entrevista é polidez da linguagem. Não é um ser tosco. Apieda-se dele à primeira vista, quem desconhece sua ficha criminal. Há uma indisfarçável bonomia representada e sem pressa de que algo maior venha a descortinar-se, na extensa lista de crimes perpetrados. Estava ali presente como se testemunha fosse dos próprios atos. Um narciso que se contempla ao espelho da vaidade doentia. De olhar ponderado, continha-se em segurar um instintivo riso satânico. 

Cumulado por tantos crimes, dificilmente se poderia imaginar que o sentimento maior do amor jamais afloraria nessa máscara de ser pertencente aos humanos. Mas qualquer garota que ligasse a TV, nesse exato momento em que uma voz branda e maleável se ouvia, por ele se atrairia. O assassino deve ter tido um laivo de consciência desse trunfo, e desse modo personalizou-se na sua hediondez. Assim deve ter acontecido igualmente no momento da abordagem dele, uma a uma... e elas o olharam sob o prisma de um beijo mortal. 



NÃO ME CANSO DE AGRADECER - Filoca



NÃO ME CANSO DE AGRADECER
1
Vou contar para vocês
Como foi minha infância
Lembrança do acontecido
O que passei quando criança 

2
Na idade de ir pra escola
Papai nos deixou sozinho
Sem as mínimas condições
Fomos morar num ranchinho

3
Até os moveis que tinha
Painho vendeu também
Sem ter outra alternativa
Tinha que pedir a alguém 

4
Eu tinha apenas 10 anos
Quando vi esta tristeza
Eu sem poder trabalhar
Faltava comida na mesa 

5
Faltando tudo em casa
A comida, leite e café
Éramos todos pequenos
Mais todos com muita fé

6
O povo de Mata grande
São generosos demais
E quem dava a comida
Eu não pagarei jamais

7
As roupas e os calçados
Eram doação dos amigos
Agradeço sempre a Deus
A todos eu sempre bem digo

8
Tinha um dos meus amigos
Com ele eu aprendi ler
Quando ele lia em voz alta
Que era pra eu aprender

9
Aquele montão de letras
Para mim era um desenho
Quando eu as via na sequência
Era bom meu desempenho.

10
Foi Deus que enviou um anjo
Por nome de João Praxedes
Que me chamou para trabalhar
Em quem a bondade excede

11
Foi meu grande professor
Que eu considerava um pai
Era um grande guerreiro
Quantas saudades me trás.

12
Jamais eu posso esquecer
Também não posso negar
As chances que ele me deu
Meu mestre Manoel Cumbá 

13
Falo agora dos amigos
Que me ajudaram tanto
Que Deus abençoe a todos
E os cubra com seu manto

14
Vou procurar não esquecer
Alguns amigos queridos
Mesmo não sendo citados
Ninguém será esquecido.

15
Só não vou falar os nomes
Pra não cometer injustiça
Meu abraço vai pra todos
Com amor e sem preguiça.

Zezinho de Laura.(Filoca).