quinta-feira, 2 de março de 2017

A BOTIJA DO SÍTIO ALMEIDA - Germano







Conta-se que nos idos de 1930 residia no  Sítio Almeida uma velha senhora, chamada de Mãe Iaiá. Certo dia teve que passar a criar um jovem, chamado Epaminondas cujos pais faleceram e ficara órfão. Este jovem fazia os mandados da velha, como seja adquirir compras na cidade, tirar frutas e outras atribuições inerentes a quem vive na zona rural.

Com o passar do tempo o jovem completou a maioridade e seguiu para o sul  a procura de novos horizontes, coisa corriqueira para os nordestinos da época. A velha faleceu e o sítio foi vendido ao meu pai.

Tempos depois apareceu certo cidadão pedindo para  ser morador. Papai aceitou, porém, somente ele trabalhava a mulher e os filhos não faziam nada. Misteriosamente ele sumiu sem se despedir e deixou um buraco  na sala de jantar, no segundo tijolo de ladrilho, abaixo da janela que dava visão para a Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

Em pleno ano de 1965, eis que aparece em Mata Grande  o senhor Epaninondas, já aposentado da  marinha brasileira e pediu para a minha mãe que o levasse ao Sítio do Almeida a fim de matar as saudades da infância e adolescência lá vividas.
Relembrou de tudo e falou que durante a  segunda guerra mundial, estava em um navio nas costas de Argentina e visualizou a figura da  Mãe Iaiá que queria que ele fosse arrancar uma botija no segundo tijolo próximo a janela. Como não tinha condições de atender pediu que ela doasse a uma outra pessoa.

Foi aí que Mamãe lembrou-se do cidadão que pediu para ser morador.
Este foi o contemplado com   a doação da Mãe Iaiá.

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