Visitar a Serra da Onça
em uma Sexta Feira Santa é o sonho de todo matagrandense que tenha vivido
a infância em sua terra natal. O passeio é agradável, a adrenalina sobe,
uma vez que a subida íngreme realmente toma o fôlego de qualquer cristão.
Existem trechos que as mãos se tornam o suporte de sustentação. Após crescido e,
devido os afazeres que surgem, ou mesmo pela mudança de cidade, não se pratica a subida com a devida regularidade anual e os tempos vão passando.
No ano de 1968 em um belo
domingo eu e Icléa, José Hélio da Rocha Calheiros e Tânia , José Carlos Figueira
dos Santos e Maria Edite, passamos o dia em visita a Igrejinha , todos
gostaram, todavia, nunca pudemos repetir.
Ultimamente, às Sextas
Feiras Santas ,tenho participado do Terço dos Homens no Monte
Santo, iniciamos com apenas seis e nos últimos anos já contamos até mais
de cinquenta participantes. De lá vislumbro as pessoas que estão no cume
da Serra e os fotografo.
Há poucos anos vi
a postagem de uma foto, onde a Igrejinha, construída por Seu Antonio Roiz de
Albuquerque no ano de 1923, estava parcialmente deteriorada, coisa
natural para nós matagrandenses que estamos assistindo a morte lenta dos
prédios da Cadeia Pública, do Fomento Agrícola e tantos antigos sobrados. No caso da igrejinha
lancei um desafio pela internet pedindo doações e os matagrandenses
colaboraram, então, foi pintada com tinta óleo em vez de cal e recuperada as
paredes e a coberta.
Fotos como estava e como
ficou:
Pelo feito e uma crítica
consistente, resolvemos, eu e Icléa, passar um domingo na Serra da Onça após
quarenta e seis anos. Pedi ajuda ao amigo Cristóvão e programamos um passeio
com várias pessoas, todavia, no sábado houve a desistência da maioria e
enfrentamos a caminhada somente nós três.
Narrar todo o passeio e a
emoção que sentimos tomaria muitas folhas de papel, no entanto, vou
explicar alguns fatos que julgo interessantes. Devido à falta de prática,
tomamos um caminho mais longo, por onde sobem os animais quadrúpedes, nos
deparamos com muitas pedras soltas, abelhas, urtigas, cansanção e matagais
verdejantes e também ressequidos pela última queimada criminosa que durou
vários dias. Após alguns minutos conseguimos chegar ao cume da Serra. Fomos pela Serra do Angico.
Passamos então a procurar as
trilhas que levam a igrejinha com uma caminhada de mais de dois
quilômetros tamanha são as voltas em cima de pedras, evitando os pés de
macambira e coroas de frade com seus longos espinhos, porém, visualizamos mais
as flores do manuê que teimam em sobreviver entre os cactos.
Finalmente chegamos a
igrejinha e a emoção tomou conta em revê-la recuperada, já oferecendo sombra
para o descanso, e pelas belíssimas paisagens que se vislumbra no longínquo
horizonte. Terras alagoanas e pernambucanas até a vista alcançar. A cidade de
Mata Grande, a fonte do Cumbe e seu vale sempre verde, outras serras com seus
sítios e adjacências, a antiga lagoa de seu Jari, onde aprendi a nadar, hoje já
transformada em barragem onde várias pessoas ainda tomam banho, me
fizeram recordar os bons tempos vividos durante a adolescência.
Visualizamos, no entanto, uma
coisa desagradável, a imensa sujeira deixada por nossos conterrâneos que
visitam a serra, então, o nosso amigo Cristóvão, achou um saco e passou a
recolher as garrafas plásticas e toda a área, afora outros lixos e após, seis
ou oito viagens fizemos uma enorme fogueira.
Às 15:30 minutos iniciamos o
caminho de volta. Foi um domingo maravilhoso e se Deus nos permitir vamos
repetir brevemente.
como seria bom se nascesse uma meia duzia de homens como GERMANO e perincipalmente se Tomasse os rumos da politica honesta.
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