quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

UM DOMINGO NA SERRA DA ONÇA - Germano









Visitar a  Serra da Onça em uma Sexta Feira Santa é o sonho de  todo matagrandense que tenha vivido a infância em sua terra natal. O passeio é agradável, a adrenalina sobe,  uma  vez que a subida íngreme realmente toma o fôlego de qualquer cristão. Existem trechos que as mãos se tornam o suporte de sustentação. Após crescido e, devido os afazeres que surgem, ou mesmo pela mudança de cidade, não se  pratica a subida com  a devida regularidade  anual e os tempos vão passando.

No ano de 1968 em um belo domingo eu e Icléa, José Hélio da Rocha Calheiros e Tânia , José Carlos Figueira dos Santos e Maria Edite, passamos o dia em visita a Igrejinha , todos gostaram, todavia, nunca pudemos repetir.


Ultimamente,  às Sextas Feiras Santas ,tenho participado  do  Terço dos Homens no Monte Santo, iniciamos com apenas seis e nos últimos anos já contamos  até mais de  cinquenta participantes. De lá vislumbro as pessoas que estão no cume da Serra e os fotografo.






Há poucos anos vi a postagem de uma foto, onde a Igrejinha, construída por Seu Antonio Roiz de Albuquerque no ano de 1923,  estava parcialmente deteriorada, coisa natural  para nós matagrandenses que estamos assistindo a morte lenta dos prédios da Cadeia Pública,  do Fomento Agrícola e tantos antigos  sobrados. No caso da igrejinha lancei um desafio pela internet  pedindo doações e  os matagrandenses colaboraram, então, foi pintada com tinta óleo em vez de cal e recuperada as paredes e  a coberta.

Fotos como estava e como ficou:









Pelo feito e uma crítica consistente, resolvemos, eu e Icléa, passar um domingo na Serra da Onça após quarenta e seis anos. Pedi ajuda ao amigo Cristóvão e programamos um passeio com várias pessoas, todavia,  no sábado houve a desistência da maioria e enfrentamos a  caminhada somente nós três.
Narrar todo o passeio e a emoção que sentimos tomaria muitas folhas de papel, no entanto, vou  explicar alguns fatos que julgo interessantes. Devido à falta de prática, tomamos um caminho mais longo, por onde sobem os animais quadrúpedes, nos deparamos com muitas pedras soltas, abelhas, urtigas, cansanção e matagais verdejantes e também ressequidos pela última queimada criminosa que durou vários dias.  Após alguns minutos conseguimos chegar ao cume da Serra. Fomos pela Serra do Angico.
Passamos então a procurar as trilhas que levam a igrejinha com uma caminhada de  mais de dois quilômetros tamanha são as voltas em cima de pedras, evitando os pés de macambira e coroas de frade com seus longos espinhos, porém, visualizamos mais as flores do manuê que teimam em sobreviver entre os cactos.

Finalmente chegamos a igrejinha e a emoção tomou conta em revê-la recuperada, já oferecendo sombra para o descanso, e pelas belíssimas paisagens que se vislumbra no longínquo horizonte. Terras alagoanas e pernambucanas até a vista alcançar. A cidade de Mata Grande, a fonte do Cumbe e seu vale sempre verde, outras serras com seus sítios e adjacências, a antiga lagoa de seu Jari, onde aprendi a nadar, hoje já transformada em barragem  onde várias pessoas ainda tomam banho, me fizeram recordar os bons tempos vividos durante a adolescência.

Visualizamos, no entanto, uma coisa desagradável, a imensa sujeira deixada por nossos conterrâneos que visitam a serra, então, o nosso amigo Cristóvão, achou um saco e passou a recolher as garrafas plásticas e toda a área, afora outros lixos e após, seis ou oito viagens fizemos uma enorme fogueira.








Às 15:30 minutos iniciamos o caminho de volta. Foi um domingo maravilhoso e se Deus nos permitir vamos repetir brevemente.


Um comentário:

  1. como seria bom se nascesse uma meia duzia de homens como GERMANO e perincipalmente se Tomasse os rumos da politica honesta.

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