sábado, 31 de dezembro de 2016

UM DIA EM PIRANHAS – AL – Germano



Saindo de Arapiraca, na manhã do dia 25.12.16 estávamos passando por Olho d'Agua  do Casado, resolvemos conhecer a cidade e almoçar na praia da  Dulce e depois seguimos para Piranhas.






Chegamos à cidade dentro do horário previsto, pois o Hotel Pedra do Sino já estava com o apartamento reservado. 

Após passar pela recepção e depois  da devida acomodação fui vislumbrar da varanda do apartamento o Rio São Francisco, Rio da Unidade Nacional ou Velho Chico como é popularmente conhecido nos momentos atuais.




Fiquei boquiaberto com a quantidade de pedras em diversas ilhas no leito do rio, antes, sempre encobertas pelas águas. No meio do rio, que mais parecia um riacho temporário em épocas de cheias, eis que surge um catamarã, subindo caudalosamente rio acima, se desviando das pedras . Somente quem conhece o leito tem condições de navegar.






A noite nos preparamos para conhecer de perto um monumento cujo acesso à cidade é feito através de uma escadaria com 365 (trezentos e sessenta e cinco) degraus e lá ao fotografar Icléa, uma senhora pediu para nos fotografar. Prontamente aceitei e agradeci. Em seguida  perguntamos de onde eles eram e disseram que residiam em Porto Velho, que estavam hospedados na vizinha cidade de Canindé, que tinham deixado o carro na cidade e subiram pela escadaria. Como íamos visitar o centro de Piranhas, os convidamos a descer conosco pelo asfalto. Aceitaram e ao chegar ao centro cultural nos sentamos em uma mesa e nos deliciamos com a beleza do local.

Já conhecíamos a cidade durante o dia e tínhamos vontade de ir ao centro da cidade à noite, onde os bares e restaurantes, com as  suas excepcionais garçonetes servem um café regional delicioso, com músicas ao vivo o que tornou a nossa  ida muito agradável.




No dia 26/12/16, curtimos a beleza das paisagens locais e após um belo banho na piscina, nos dirigimos para Mata Grande onde à noite participamos da noite dos matagrandenses ausentes de cuja comissão fazia parte.








quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

NOSSA PADROEIRA - Germano







Hoje é o dia 22 de dezembro de 2016 , então começa em Mata Grande as novenas da maior festa do ano, em homenagem a nossa  Excelsa  Padroeira, Nossa Senhora da Conceição. São nove dias de festejos com novenas à noite, sempre abrilhantada pelos zabumbeiros e foguetório, onde a maioria dos matagrandenses comparecem a igreja matriz para orar.
A festa da Imaculada Conceição é comemorada em 8 de dezembro, foi definida como uma festa universal em 1476 pelo Papa Sisto IV.
No entanto, antigamente, por algum tempo, não havia padre em nossa paróquia, quem celebrava era o padre de Água Branca, como lá também a padroeira é Nossa Senhora da Conceição, ficou estabelecido que no dia 08 (oito) celebrava em Água Branca e no dia 31 (trinta e um) celebrava em Mata Grande. As noite de novena iniciam hoje, e terminam no dia  primeiro de janeiro com a grande procissão.




A IMACULADA CONCEIÇÃO é segundo o dogma católico, a concepção da Virgem Maria sem mancha do pecado original. O dogma diz que, desde o primeiro instante de sua existência, a Virgem Maria foi preservada por Deus, de falta de graça santificante que aflige a humanidade, porque ela estava cheia de graça divina.
Também professa que a Virgem Maria viveu como vida completamente livre do pecado. A Igreja Católica considera que o dogma é apoiado pela Bíblia, Maria sendo cumprimentada pelo Anjo Gabriel como “cheia de graça”, uma vez que Jesus tornou-se encarnado no ventre da Virgem Maria, era necessário que ela estivesse completamente livre do pecado para poder gerar seu filho.
                               
HINO DA NOSSA PADROEIRA DE AUTORIA DO PE.  ROSEVAL.









FOTOS DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO            



            

                       ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO


                                  Virgem Santíssima,

                                  Que fostes concebida sem o pecado original

                                  e por isto merecestes o título

                                  de Nossa Senhora da Conceição

                                  e por terdes evitado todos os outros pecados,

                                  o Anjo Gabriel vos saudamos que nos alcanceis

                                  do vosso divino filho o auxílio necessário

                                  para vencermos as tentações

                                  e evitarmos os pecados e,

                                  já que vós chamamos de Mãe,

                                  atendei-nos com carinho maternal filhos vossos.

                                  Nossa Senhora da Conceição, rogai por nós.



FOTOS DA IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO EM MATA GRANDE







Segundo o livro do escritor matagrandense Djalma Mendonça nos idos anos de 1790, Francisco Gonçalves Teixeira recebeu uma parte de terras onde hoje fica a cidade de Mata Grande . Inicialmente houve a construção de uma capela, onde foi fincada uma cruz, daí o nome de Rua da Cruz a atual Rua Eustáquio Malta.

Depois os proprietários doaram uma parte de terras para ser erguida uma igreja cuja padroeira teria que ser Nossa Senhora da Conceição que, com a posse, teria as terras como patrimônio, podendo então cobrar laudêmios e demais impostos quando de transmissão de alguma posse cedida. Então começaram a construção de Igreja Matriz, lá no alto, onde hoje fica a praça da Matriz.

Naquela época as construções eram de taipa, todavia, alguns padres passaram a executar enormes reformas e quando a cidade foi elevada a categoria de cidade em 18 de março de 1837 a capela também foi elevada à categoria de Paróquia e, atualmente pertence a Diocese de Palmeira dos Índios em Alagoas.

Contam os antigos que a Igreja foi construída por escravos, cujas largas paredes são de pedras de mó, trazidas da região do Moxotó, alinhadas com caliça, que era uma mistura de cal e areia que levavam dias sendo batidas com paus para unificação. Não se conta, entretanto, quantos anos foram gastos na sua construção.

O Padre Aloysio Vianna Martins, nos anos sessenta, pediu ao seu irmão, Dr. José Arnaldo Lisboa Martins que fizesse um projeto para elevação da torre da igreja e promoveu também algumas melhorias internas. A ampliação da torre foi efetuada, bem como a colocação de mosaicos e ainda a ampliação do altar principal cujas despesas ficaram as expensas do saudoso coletor federal Oldrado Soares.

Posteriormente outros padres efetuaram outras melhorias e ultimamente o Pe. Gilberto Amorim executou muitas transformações internas deixando a nossa Matriz muito mais bonita.

       









                                                                                              


                                                                                                       

                                                                  
 
     

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A PRIMAVERA EM MATA GRANDE - Zezinho de Laura -

A PRIMAVERA NA MATA GRANDE
 1
 Aos vinte e dois de setembro
 Tem inicio a primavera
 Essa é a melhor estação
 Que deus deixou para terra
 Toda as arvore floridas
 Na caatinga ou na serra
 2

Os passarinhos cantando
 Pois sabem que os furtos vêm
 As matas todas floridas
 E perfumadas também
 É bom andar pelo bosque
 O ar é cheiroso e faz bem
 3

São flores de todas espécies
 De todas as cores e formato
 Tem plantas criadas em casa
 Outras que nascem no mato
 Que bom que todas são lindas
 E enriquecem nosso olfato
 4

Nos lindos pés de mulungus
 Fazem a festa os beija-flores
 Cajazeira umbuzeiro e ipê roxo
 Cada qual exalando o seu odor
 E quem ganha com isso somos nos
 Com a dádiva de jesus o criador
 5
 As pitombeiras e mangueiras
 Mandam suas flores também
 Mandacaru, marmelo e umbu
 É o aroma que o serrado tem
 A bonina e a espirradeira
 Tem um perfume que faz bem
 6
 Tem as plantas tradicionais
 As rosas, cravos e bromélias
 Onze horas e flor de maracujá
 Margarida, orquídeas e azaléas
 E por falar de tantas flores
 Fez-me lembrar deminha velha
 7

A bela estação das flores
 Enchem de perfume as serras
 Quem quiser que aproveite
 Enquanto não vem a guerra
 Quem nos mandou tudo isso
 Foi o grande dono da terra
 8

Falei da estação das flores
 Na próxima eu falo do verão
 São todos projetos de deus
 Feitos pra quem tem emoção
 Seja outono, verão e inverno
 É bom para o nosso coração
 9


zezinho de laura ( filoca ) `` o poeta genérico´´

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

HISTÓRIA DE CAPA GATO - José Ferreira da Silva







HISTÓRIAS DE CAPA GATO - Crônica de uma mudança de vida.

Por José Ferreira da Silva

O ano de 1969 foi um intervalo de tempo manifestamente atípico em minha vida, pelas mudanças inopinadas acontecidas. Para que se tenha uma ideia, o tempo decorrido entre a minha saída do Serviço de Extensão Rural e a posse no BNB, Fortaleza, foi de apenas 5 dias, uma mudança notoriamente drástica; na quinta feira pedi demissão da ANCAR, no domingo viajei de avião pela primeira vez (um quadrimotor da VASP, cujo barulho mais parecia o de um terremoto, ou mais precisamente de um tsunami); caprichosamente bem vestido (era assim que se viajava de avião naquela época), mais parecendo um magnata, foi assim que viajei. Consegui sobreviver, apesar de ter tido muito medo e de ter ficado "moco" durante uns três dias - foi uma experiência inesquecível, porquanto até hoje ainda me lembro de cada susto que passei naqueles momentos; compreensivelmente, o meu comportamento não poderia ser diferente do de um "marinheiro de primeira viagem". Sim, que fique bem claro isso, aquela foi a minha primeira viagem de avião. Confortava-me, no entanto, o convencimento de que estava passando por uma provação, tendo em vista as minhas dúvidas quanto aos meus merecimentos diante de Deus. Tudo aconteceu de repente, e o melhor ainda estava para vir. Na segunda feira tomei posse na Direção Geral, seguindo-se, após, um curso de 30 dias, e um estágio prático na Agência de Maceió sob a importante coordenação do colega ANANIAS RODRIGUES DE SOUZA NETO.

Depois disso, "entrei na real" com a minha nomeação para Agência de Mata Grande, a qual, por conhecidas perturbações administrativas que tivera, estava atravessando momentos dificílimos; era, portanto, uma das agências mais problemáticas, com um número assustador de operações irregulares.

Naquele tempo, com a classificação que obtivera no concurso, poderia ter sido nomeado para uma agência mais bem situada, por exemplo, Maceió, onde havia uma vaga; isso, no entanto, não aconteceu, tendo em vista o olhar dos Administradores que enxergava os interesses maiores do Banco como empresa, decisão da qual nunca discordei. Assim, considerando que a agência do BNB-Mata Grande, naquele momento não possuindo ninguém na área de fiscalização, indiscutivelmente apresentava-se como prioridade e aquele seria o momento de atender aquela premente demanda. Destarte, fui nomeado para Mata Grande sem nenhuma objeção de minha parte, pelo contrário, reconhecendo ser uma honra o nível de confiança em mim creditado. Seria ali, portanto, a obtenção de uma das maiores contribuições à minha formação profissional como técnico e como pessoa.

Mata Grande, situada na Região Serrana de Alagoas, de beleza notória e clima frio e gostoso, esperava-me para o cumprimento do meu desafio sem par. Para lá viajei em um caminhão carregado com a minha bagagem, saindo de Arapiraca (cidade da minha residência temporária) no início de uma noite memorável. Durante o percurso, quase cindo horas de viagem em estrada de barro, minha mente percorreu um universo composto de pensamentos ecléticos, mas pautados positivamente na minha vontade fazer o melhor. E assim, como diria Luiz de Camões, "viajei por mares nunca dantes navegados” em uma noite que arquivei no meu acervo de lembranças permanentes. E todas as minhas interrogações no mundo subjetivo da mente eram plausíveis, porquanto à minha frente postavam-se as incertezas.

Na novel situação, já nos primeiros dias, dar-se-ia a fixação da minha boa impressão sobre o ambiente de trabalho, notadamente o espírito de companheirismo dos novéis colegas. Apesar da minha condição de neófito, isso, determinante do meu comportamento de certo modo desconfiado, fui aos poucos conhecendo as pessoas e fazendo as minhas amizades. E assim imbuído das minhas convicções, inteirado, respeitando a clientela e o cidadão, consegui realizar o meu trabalho a contento à expectativa dos compromissos com o BNB. Muitas situações complicadas aconteceram comigo, algumas boas, outras, nem tanto, mas, graças a Deus, sempre nos limites das minhas possibilidades. Meus sentimentos e posições naqueles momentos singulares estariam perfeitamente enquadrados em um dos versos da mais famosa música de Almir Sater, TOCANDO EM FRENTE:

“Penso que cumprir a vida seja simplesmente

Compreender a marcha e ir tocando em frente

Como um velho boiadeiro levando a boiada

Eu vou tocando dias pela longa estrada eu vou

Estrada eu sou”.

O enfrentamento das primeiras missões não foi fácil, tendo em vista que eu, além de não possuir carro, não conhecia as pessoas e a região. Eis que, para minha felicidade, foi escolhido para andar comigo uma pessoa de alta qualificação pessoal, o qual, ao longo do tempo, provou ser merecedora da minha mais absoluta confiança. Sebastião Pereira de Oliveira, seu nome formal, ou "Véio Sé", como nós o chamávamos na intimidade, era cabra de fé, um homem com um "H" bem grande, à altura dos seus merecimentos. Entre tantos adjetivos inerentes às qualidades deste grande cidadão, destacaria: amigo, comedido e audaz. Enfim, andar com o "Véio Sé" (e o fiz durante quase dois anos), digo com toda convicção que me é permitida, era mais tranquilo do que andar com um exército de seguranças. Enfrentamos muitas situações de extremo risco, algumas, diferentemente, engraçadas.

E assim, focado na premissa de que o TEMPO PASSA, percorri a “longa estrada” que durou seis anos e meio, experimentei “o sabor das massas e das maçãs", fixei o entendimento de que: “é preciso amor para poder pulsar, é preciso paz para poder sorrir”, mas, para tudo isso, “é preciso a chuva para florir”.