sábado, 29 de outubro de 2016

MEUS TEMPOS DE MENINO - Remi Bastos



Meus tempos de menino –


Quanta saudade eu sinto
Da querida Mata Grande,
Dos meus tempos de menino,
Rua da Cruz onde morei,
E dos belos dias que passei
Naquele torrão divino.


Mata Grande dos meus sonhos
Dos sítios e dos engenhos,
Um paraíso encantado
Rua de Baixo, Rua de Cima,
Mata Grande das belas meninas
Berço dos meus pecados.


Na calçada da minha casa
Um sobradinho singelo,
Em momentos tão exatos
Com os amigos da rua,
Sob o clarão da lua
Ouvíamos lindas histórias
Contadas por Né Rato.


Mata Grande das águas fartas
Com suas fontes cristalinas,
Cidade linda e amada
Onde cresci livre a sorrir,
Vendo o dia ressurgir
Nas manhãs tão perfumadas.


Deus permita que eu não morra
Sem antes te visitar,
Quero montar meu estande
Dos dias que ali passei
E de tudo que desfrutei
Em teus braços Mata Grande.


Remi Bastos,
Aracaju, 26.10.2016.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO




O pequeno Zeca entra em casa, após a aula, batendo forte os seus pés no assoalho da casa. Seu pai, que estava indo para o quintal para fazer alguns serviços na horta, ao ver aquilo chama o menino para uma conversa.

 Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado. Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado: - Pai, estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito aquilo comigo. Desejo tudo de ruim para ele. Seu pai, um homem simples mas cheio de sabedoria, escuta calmamente o filho que continua a reclamar: - O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito. Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola.

O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo onde guardava um saco cheio de carvão.  Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou, calado. Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que ele pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe propõe algo: - Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu amiguinho Juca e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu, endereçado a ele. Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois eu volto para ver como ficou. O menino achou que seria uma brincadeira divertida e passou mãos à obra. O varal com a camisa estava longe do menino e poucos pedaços acertavam o alvo. Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa.

O pai que espiava tudo de longe, se aproxima do menino e lhe pergunta: - Filho como está se sentindo agora? - Estou cansado mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa. O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela brincadeira, e carinhoso lhe fala: - Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.

O filho acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande espelho onde pode ver seu corpo todo. Que susto! Zeca só conseguia enxergar seus dentes e os olhinhos. O pai, então lhe diz ternamente: - Filho, você viu que a camisa quase não se sujou; mas, olhe só para você. O mal que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu. Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, a borra, os resíduos, a fuligem ficam sempre em nós mesmos. Cuidado com seus pensamentos, eles se transformam em palavras; Cuidado com suas palavras, elas se transformam em ações; Cuidado com suas ações, elas se transformam em hábitos; Cuidado com seus hábitos, eles moldam o seu caráter; Cuidado com seu caráter, ele controla o seu destino.
Autor Desconhecido.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O AQUÍFERO DO JATOBÁ - Germano




O AQUIFERO DO JATOBÁ – Germano

O aquífero do Jatobá deverá receber novos poços profundos - A visita a Semarh não definiu uma quantidade de poços a serem perfurados na região, mas foi levantada a existência de um aquífero na Bacia do Jatobá, no município de Mata Grande, onde poderiam ser perfurados poços com vazão para atender os municípios de Mata Grande, Canapi, Ouro Branco, Inhapi e Maravilha. Napoleão Casado afirma que está muito otimista com a missão técnica, e exaltou a iniciativa da CPRM : “Essa visita mostra que as ações do Governo Federal estão integradas com o Governo Estadual, com foco em questões de abastecimento e saúde pública”.
Gosto de ler esses tipos de matérias divulgadas na mídia, que enaltecem o ego dos que a divulgam como eficiência do seu trabalho e solução para os problemas de algumas cidades do alto sertão alagoano.
Ora, todos sabem que no município de Mata Grande existe já perfurado um poço que produz mais de cem mil litros de água por hora. Todos sabem que após a Serra do Parafuso existem inúmeros poços já perfurados produzindo água em abundância, destinadas a irrigação. Todos sabem que o município de Mata Grande e o Governo Estadual, fazem vistas grossas a produtividade gerada no município e que é destinada quase que em sua totalidade ao Estado de Pernambuco. Outros falam que existe até um projeto pronto para a exploração do potencial do aquífero que, no entanto, não é si quer aprovado quanto mais executado.
Há mais de uma década, participei de uma reunião com um funcionário público federal que veio de Brasília dar uma aula sobre a água. Perguntei sobre o Aquífero do Jatobá e ele disse desconhecer, mas que depois me daria uma resposta, coisa que não aconteceu até à meia noite de ontem.
Pelo que dizem ele se estende desde o sul do Estado do Piauí até o Norte do nosso município, tendo aflorado em abundância na vizinha cidade de Inajá-Pe.  Há anos atrás tomei banho em um onde a água quente chegava a superfície sem o auxílio de bombas, hoje naquele município, existem inúmeras propriedades exportando a produção de fruticultura irrigada.
Este assunto já foi divulgado neste blog no dia 13.03.2015 e pelo que sabemos a informação acima foi a primeira providência tomada pelos Órgãos públicos, todavia, até o presente momento sem nenhuma providência divulgada.
Como vivemos alimentando esperança pelo desenvolvimento do nosso município, resta mais esta que, somente terá andamento caso um dos próximos gestores tenha visão futurística e tente junto aos órgãos públicos recursos para a execução do tão necessário projeto.


segunda-feira, 10 de outubro de 2016

A GRATIDÃO - Germano




Ontem, dia 09 de outubro de 2016, assistindo a missa na Igreja de Nossa Senhora da Rosa Mística, ouvi atentamente a homilia do Padre Márcio Roberto, onde a palavra gratidão foi pronunciada intensivamente. O evangelho de São Lucas, 17,11-19, foi enfático na parte dos dez leprosos que solicitaram a cura e somente um, justamente um samaritano, retornou a Jesus Cristo para agradecer.

Ora, gratidão quer dizer, reconhecimento, agradecimento pelo bem ou mesmo por um favor recebido, porém, ao longo dos anos o que mais se presencia são pessoas indiferentes. Pessoas que recebem benefícios e não  agradecem ou reconhecem. São pessoas ingratas.

Passei a recordar fatos recentes, onde ouvi de um comerciante que favorecia uma família todo dia de feira com uma complementação para a alimentação, no entanto, ao solicitar um voto o chefe da família pediu imediatamente uma ajuda para si e os outros integrantes da família, o comerciante além de não dar, ficou indignado com a falta de gratidão.

E quem em sua existência nunca passou por fatos semelhantes. A falta de gratidão decepciona por demais, não que se queira, benefícios em troca, porém, a ingratidão deixa marcas indeléveis que somente o tempo apaga.

O gostoso é fazer um favor, um benefício e anos depois a pessoa que o recebe, relembrar e dizer: sempre em minhas orações rezo por você pelo favor que fez em me ajudar. A ajuda pode ter sido  uma colaboração, uma palavra de carinho, um conselho, um simples remédio para um filho doente ou mesmo por uma simples carona até um hospital mais próximo.

Portanto, seja grato a Deus por tudo que lhe foi concedido, seja grato ao semelhante que de uma forma ou de outra lhe agradou, seja grato a sua esposa ou esposo, seja grato aos seus filhos e filhas, amigos e amigas e saiba que, Deus nunca será ingrato com você.








quinta-feira, 6 de outubro de 2016

OS DEVERES DE UM VEREADOR - Germano




Todo município brasileiro têm a sua câmara de vereadores. Mata Grande também tem uma. Nela existe as regras a serem cumpridas pelos edis.

Acabamos de atravessar um período eleitoral, onde muitos se candidataram e houve uma renovação de quase cinquenta por cento no quadro e alguns, si quer sabem dos deveres e obrigações que terão de cumprir, daí é salutar que leiam os Artigos 3º, 5º, 29 e 30 da Constituição Federal bem como as Leis Federais que os regulamentam, pois, aí já terão um aprendizado bastante eficiente para o exercício do cargo para o qual foram eleitos.

O curioso é que nas eleições de 2008 houve um desabafo dos matagrandenses contra o que chamaram de A CÂMARA MORTA, todavia, a coisa continuou e nos últimos oito anos as melhorias para o bem-estar da população quase não aconteceram.






A partir de janeiro tomarão posse novos vereadores e vereadoras com uma mudança de quase cinquenta por cento e pasmem, três mulheres, três novas mentalidades tomarão acento nas cadeiras reservadas por lei.

Grande parte da população clamava por mudanças e elas chegaram, foi eleito o comerciante Erivaldo Mandu que já exercia o cargo de Vice-Prefeito, por não ser egresso de famílias tradicionalmente políticas, se desejar, poderá fazer uma excelente administração.

Aproveitamos o ensejo para desejar a todos um excelente trabalho para que no futuro possamos registrar e elogiar ao prefeito pela realização de obras em benefício das comunidades urbanas e rurais e aos vereadores que apresentarem projetos e cobrem a execução dos mesmos, que fiscalizem e orientem a aplicação dos recursos públicos e transfiram ao gestor os reclames da população, sem receios de represálias, cumprindo assim, com os seus deveres.








quarta-feira, 5 de outubro de 2016

LAGOA DE SEU JARI - Remi Bastos




Nota do Blog: A antiga Lagoa de Seu Jarí se transformou em um enorme lago  e está totalmente modificada e com várias habitações em seu redor.                                           Foto do conterrâneo  Lúcio Miguel.




  No caminho do Galo Assanhado
  Onde escrevi um passado
  Que os anos guardaram pra mim.


 Nos baixios da Serra da Onça
 A velha e inesquecível lagoa
 Velada pela garoa
 Nas ternas manhãs de abril.


 Quantas saudades eu sinto
 Daqueles tempos dourados,
 Dos belos dias sonhados
 Que se foram e não voltam mais.


 Lagoa do Seu Jari
 Eu era criança, não te esqueci
 As tuas belezas, contudo, enalteci,
 Nas vezes em que te visitava.


 O velho mulunguzeiro
 Que habitava em tua margem
 Onde os meninos de coragem
 Lançavam-se as tuas águas.


 O tempo passou, eu cresci,
 Minha lagoa querida
 Recreio da minha vida
 E dos amigos que eu tive.


 Hoje distante no tempo
 Fecho os olhos e te vejo
 Em teu feliz lugarejo
 No aconchego da Mata Grande.

 Espero um dia te ver
 E recordar o passado
 Chora feliz ao teu lado
 Lagoa do Seu Jari.


POETA Remi Bastos Aracaju, 17.09.2016.

POBRE DO MOTORISTA BRASILEIRO- Germano





O motorista brasileiro nos idos anos cinquenta do século passado, ganhou a condição de homem rico e não era para menos, somente pessoas da alta classe podiam possuir um automóvel. Em nossa querida Mata Grande o primeiro veículo que rodou pertencia ao industrial Delmiro Gouveia que mandou fazer uma estrada de Delmiro Gouveia até Santana do Ipanema e, por passar em nossa terra, desfilou, chamando atenção dos residentes. Era realmente uma coisa raríssima para a época.

Com o desenvolvimento as coisas foram mudando e hoje quem faz um pequeno esforço pode adquirir o seu automóvel, quer seja novo ou mesmo usado e tem realmente, uma condição diferenciada, todavia, passa a integrar o bloco dos perseguidos pela lei. Os novos veículos, atualmente, possuem muitas opções excelentes para se dirigir, o governo favoreceu a implantação de montadoras no Brasil e os carros são dotados de muitos cavalos o que gera muita potência para as velocidades.

O governo construiu boas estradas e concomitantemente, passou a explorar o motorista brasileiro em várias vertentes, atribuindo multas por tudo que possa ocorrer. Se o pedestre atravessa a rua em locais proibidos e é atropelado, a culpa é do motorista, se o ciclista anda na contramão e há uma colisão, a culpa é do motorista, ultimamente, as ruas e estradas estão infestadas de motocicletas que cometem as mais abusivas infrações, no entanto, se é atropelado em suas façanhas, a culpa é do motorista, até a justiça brasileira, normalmente, culpa o motorista com pesadas indenizações.

O governo gasta com a construção dos anéis viários nas cidades para facilitar o deslocamento dos veículos sem transitar pelo centro das cidades e justamente o governo autoriza a construção de condomínios e ruas ao longo das estradas, para depois limitar a velocidade dos veículos e passa a instalar barreiras eletrônicas e quebra-molas, visando bloquear o deslocamento do pobre motorista brasileiro.


terça-feira, 4 de outubro de 2016

PRECISAMOS CONVERSAR - Germano




O eleitor MATAGRANDENSE, vive um momento de euforia, todavia, o destino de mais ou menos trinta mil habitantes, irá depender da decisão tomada diante das urnas, na última eleição.

Torna-se necessário refletir sobre isto, pois está em jogo o futuro da nossa família, da nossa cidade e dos diversos setores do nosso município, quer no campo educacional, da saúde, plano diretor condizente ou mesmo boas estradas para facilitar o deslocamento de pessoas e produções agrícolas. Precisamos levar em consideração também o sacrifício que se faz para criar uma família, pagar suas contas, enfim, sobreviver.

Precisamos se lembrar da forma com que o trabalhador brasileiro é tratado por aqueles que detém o poder em nosso país e dos quais fomos nós que os escolhemos através do voto.

A análise do comportamento de cada candidato eleito, suas propostas e o grupo com o qual está aliado é imprescindível e, deve-se amanhã, cobrar dele, um trabalho voltado para o melhoramento dos anseios da sociedade, uma vez que, esse político não deve ser voltado para um pequeno grupo e sim para a coletividade.

Mata Grande, ao longo dos tempos vive algumas décadas de estagnação e nós contribuímos direta ou indiretamente com isto. O que se observa de melhoria, depende mais dos empresários e muito menos do poder público.

O grito por mudanças foi dado e mudanças houve, o novo prefeito eleito Erivaldo Mandu, egresso de uma família que não tem tradição política e novos vereadores tomarão posse no próximo mês de janeiro. Na Câmara Municipal uma mudança de quase cinquenta por cento e pasmem, vamos ter quase cinquenta por cento de mulheres o que torna alvissareiras as esperanças por dias melhores. A eles e elas desejamos pleno sucesso e que Deus os ilumine para brilharem nas atitudes tomadas.

Mas, a mudança começa também dentro de nós. Na forma de nos conduzir, de cobrar, de sugerir, de orientar aqueles que nos procuram a fim de receberem uma sadia orientação.




VELHO TRAPIAZEIRO - Remy Bastos




VELHO TRAPIAZEIRO



A adolescência é um passado

 Que viaja com a gente

 Como pássaros providos,

 Por mais que os anos passem

 Mas, em nós sempre renascem,

 Aqueles tempos vividos.



Lembro-me de um trapiazeiro

 Na cidade de Mata Grande,

 Em uma estrada de barro

 Próximo ao Grupo Escolar

 Onde a meninada a vaguear

 Curtia a vida num sarro.



Velho trapiazeiro

 Que galgamos a tua copa

 Como meninos astutos,

 E sem querer fazer alarde

 Quase todas as tardes

 Saqueávamos os teus frutos.



Sei que não existes mais

 O progresso o tombou,

 Mas, na minha sensatez

 Eu confesso trapiazeiro,

 Que viajaria o mundo inteiro

 Para te ver outra vez.



Remi Bastos

 Aracaju/SE, 18/10/2015.