segunda-feira, 2 de novembro de 2015

UM QUASE MENINO DE RUA - Filoca

UM QUASE MENINO DE RUA.
(1)...
Vou contar para vocês
Como foi minha infância
Lembrança do acontecido
O que passei como criança
(2)
Na idade de ir pra escola
Papai nos deixou sozinho
Sem as mínimas condições
Fomos morar num ranchinho
(3)
Até os moveis que tinha
Painho vendeu na hora
Sem ter outra alternativa
Tivemos que pedir esmola
(4)
Eu tinha apenas 10 anos
Quando vi esta tristeza
Eu sem poder trabalhar
Faltava comida na mesa
(5)
Faltando tudo em casa
A comida, leite e café
Éramos todos pequenos
Mais todos com muita fé
(6)
O povo de Mata grande
São generosos demais
É quem davam a comida
Eu não pagarei jamais
(7)
As roupas e os calçados
Eram doação dos amigos
Agradeço sempre a Deus
A todos eu sempre bem digo
(8)
Tinha um dos meus amigos
Com ele eu aprendi ler
Quando ele lia em voz alta
Que era pra eu aprender
(9)
Aquele montão de letras
Para mim era um desenho
Quando eu as via na seqüência
Era bom meu desempenho.
(10)
Foi Deus que enviou um anjo
Por nome de João praxedes
Que me chamou para trabalhar
Em quem a bondade excede.
(11)
Foi meu grande professor
Que eu considerava um pai
Era um grande guerreiro
Quantas saudades me trás.
(12)
Falo agora dos amigos
Que me ajudaram tanto
Que Deus abençoe a todos
E os cubra com seu manto.
(13)
Vou procurar não esquecer
Alguns amigos queridos
Mesmo não sendo citados
Ninguém será esquecido.
(14)
Só não vou falar os nomes
Pra não cometer injustiça
Meu abraço vai pra todos
Com amor e sem preguiça.
(15)
Jamais eu posso esquecer
Também não posso negar
As chances que ele me deu
Meu mestre Manoel cumbá.
(16)
Fui servente de pedreiro
Trabalhei com muito amor
Seu e Luizinho e seu Boleiro
Foram os meus salvadores.
(17)
Eu vou parar minha historia
Agradecendo ao meu povo
Pela ajuda que me deram
Hoje eu sou um homem novo.
(18)
Que o bom Deus pague a todos
Já que eu nunca poderei pagar
Saúde pra os que estão vivos.
Os que se foram um bom lugar.

Zezinho de laura (filoca)

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