sexta-feira, 27 de novembro de 2015

DISSIMULAÇÃO - Germano



Segundo Augusto Miranda é um substantivo feminino e quer dizer:  disfarce, refolho,fingimento, camuflagem. 
 Leia o que escreveu  sobre o tema Mário Sergio Cortella:
“Algumas pessoas nos festejam com uma alegria imensa, o que nos leva até a imaginar que estão  querendo alguma coisa. Afinal de contas, como dizia a música cantada por Ataulfo Alves: “Laranja madura, na beira da estrada, tá bichada,Zé, ou tem marimbondo no pé”.
Nós sabemos da necessidade de parte alegre da vida, da capacidade de juntos estarmos, mas, quando há um  certo exagero, colocamos o pé atrás. O carioca Mariano Jose Pereira da Fonseca, Marques de Maricá, foi ministro da Fazenda logo no início do nosso Império em 1823. Ele nos alerta:”Quem muito nos festeja, alguma coisa de nós deseja”  . Claro que não é sempre assim, há pessoas que são sinceras no festejamento quando nos encontramos , e há outras, que sabemos, dissimulam”.
Esta assunto chamou a minha atenção por vários casos  que passei no decorrer da minha carreira profissional, pois, exercia o cargo de  gerente geral de Agência do Banco do Nordeste do Brasil,S/A.  Um deles foi com um próprio colega de trabalho. Ao chegar à Capital ele me avistava e dizia: Meu Gerente! Chove lá no interior? Tempos depois deixei de ser gerente e vim trabalhar na mesma agência que ele. Pela manhã , esse colega baixava a cabeça para não responder ao meu bom dia. Acontece que, após alguns anos resolvi retornar a função de gerente e, pasmem, aquele  colega  voltou a me tratar com a mesma atenção que , doravante,   vou chamar de dissimulação.
O mesmo aconteceu com um cliente do interior de Canapi. Fazia a maior festa quando me via. Quando deixei de ser gerente ele não me dava  a menor atenção. Quando voltei a ser gerente, eis que a dissimulação  aflorou a todo vapor. E hoje nem olha em minha direção. 
Em Mata Grande outro  cliente, meu conterrâneo e adversário pessoal, não nos falávamos há mais de dez  anos, adentrou pela  agência e quando me viu sentado na gerência, exclamou: Puxa, é você aqui? Sentou, tomou cafezinho e passamos a ser camaradas novamente, muito embora que, após a minha aposentadoria repetiu-se  aquela máxima que diz: AQUELE QUE DEIXA DE SER AMIGO É POR QUE NUNCA FOI”.  Então, o puxa, é você aqui?  Foi mais um fato  que caracterizou uma dissimulação.

 

 

 

 

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A ESTAÇÃO PRIMAVERA É ETERNA - Zezinho de Laura


 

EM MATA GRANDE NÃO IMPORTA

 A ESTAÇÃO PRIMAVERA É ETERNA.

 

Aos vinte e três de setembro
Tem inicio a primavera
Essa é a melhor estação
Que deus deixou para terra
Todas as arvores floridas
Na caatinga ou na serra

Os passarinhos cantando
Pois sabem que os frutos vem
As matas todas floridas
E perfumadas também
É bom andar pelo bosque
O ar é cheiroso e faz bem

São flores de toda espécies
De todas as cores e formato
Tem plantas criadas em casa
Outras que nascem nos mato
Que bom que todas são lindas
E enriquecem nosso olfato

 
Nos lindos pés de mulungus  
Cajazeira umbuzeiro e ipê roxo
Cada qual exalando o seu odor
E quem ganha com isso somos nos
Com a dádiva de Jesus o Criador

As pitombeiras e mangueiras
Mandam suas flores também
Mandacaru, marmelo e umbu
É o aroma que o serrado tem
A bonina e a espirradeira
Tem um perfume que faz bem

 
Tem as plantas tradicionais
As rosas, cravos e bromélias

Onze horas e flor de maracujá

Margarida, orquídeas e azaléas
E por falar de tantas flores
Fez-me lembrar de minha velha


A bela a estação das flores
Enchem de perfume as serras
Quem quiser que aproveite

Enquanto não vem a guerra
Quem nos mandou tudo isso
Foi o Grande dono da terra

Falei da estação das flores
Na próxima eu falo do verão
São todos projetos de Deus
Feitos pra quem tem emoção
Seja outono, verão  ou inverno
É bom para o nosso coração

Zezinho de Laura `` o poeta genérico .´

JOSÉ FLORENTINO VILAR - Germano





JOSÉ FLORENTINO VILAR – Germano

 

JOSÉ FLORENTINO VILAR ,  conhecido na época como ZECA BEÊ,  foi um grande industrial e um dos principais fundadores da cidade de Inhapi (AL), onde existem duas ruas com o seu nome.

O interessante é que ele chamava o local de TRAMBECA e acrescentava vocês ainda vão ver. A  Trambeca vai ser maior e mais desenvolvida do que Mata Grande.

Segundo a minha mãe Luiza Vilar de Mendonça que era sobrinha dele, o vapor do tio ZECA, como ela o chamava,  era um dos maiores da região o que despertou a inveja dos concorrentes, que contrataram Lampião para atacar a fazenda Buenos Ayres onde residia. Lampião chegou com mais ou menos trinta cangaceiros que atiravam no gado de fuzil , dizimando mais de trezentos animais em uma  única tarde que ficou na história.

Depois ateou fogo  ao vapor de algodão que queimou por muitos dias e noites. Ainda hoje existem vestígios  do prédio onde funcionava. Existe também, a igrejinha localizada na fazenda, onde  ele  rezava as suas orações junto aos familiares.

Zeca Beiêr , como alguns o chamava  deixou como descendente Dona Eva cujos filhos ainda residem na fazenda Buenos Ayres, cidade de Inhapi e Paulo Afonso (BA).

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

UM QUASE MENINO DE RUA - Filoca

UM QUASE MENINO DE RUA.
(1)...
Vou contar para vocês
Como foi minha infância
Lembrança do acontecido
O que passei como criança
(2)
Na idade de ir pra escola
Papai nos deixou sozinho
Sem as mínimas condições
Fomos morar num ranchinho
(3)
Até os moveis que tinha
Painho vendeu na hora
Sem ter outra alternativa
Tivemos que pedir esmola
(4)
Eu tinha apenas 10 anos
Quando vi esta tristeza
Eu sem poder trabalhar
Faltava comida na mesa
(5)
Faltando tudo em casa
A comida, leite e café
Éramos todos pequenos
Mais todos com muita fé
(6)
O povo de Mata grande
São generosos demais
É quem davam a comida
Eu não pagarei jamais
(7)
As roupas e os calçados
Eram doação dos amigos
Agradeço sempre a Deus
A todos eu sempre bem digo
(8)
Tinha um dos meus amigos
Com ele eu aprendi ler
Quando ele lia em voz alta
Que era pra eu aprender
(9)
Aquele montão de letras
Para mim era um desenho
Quando eu as via na seqüência
Era bom meu desempenho.
(10)
Foi Deus que enviou um anjo
Por nome de João praxedes
Que me chamou para trabalhar
Em quem a bondade excede.
(11)
Foi meu grande professor
Que eu considerava um pai
Era um grande guerreiro
Quantas saudades me trás.
(12)
Falo agora dos amigos
Que me ajudaram tanto
Que Deus abençoe a todos
E os cubra com seu manto.
(13)
Vou procurar não esquecer
Alguns amigos queridos
Mesmo não sendo citados
Ninguém será esquecido.
(14)
Só não vou falar os nomes
Pra não cometer injustiça
Meu abraço vai pra todos
Com amor e sem preguiça.
(15)
Jamais eu posso esquecer
Também não posso negar
As chances que ele me deu
Meu mestre Manoel cumbá.
(16)
Fui servente de pedreiro
Trabalhei com muito amor
Seu e Luizinho e seu Boleiro
Foram os meus salvadores.
(17)
Eu vou parar minha historia
Agradecendo ao meu povo
Pela ajuda que me deram
Hoje eu sou um homem novo.
(18)
Que o bom Deus pague a todos
Já que eu nunca poderei pagar
Saúde pra os que estão vivos.
Os que se foram um bom lugar.

Zezinho de laura (filoca)

SAUDADES DE MATA GRANDE - Filoca

SAUDADES DOS VERDES CAMPOS
DA MINHA TERRA.
MATA GRANDE-AL.
1
Às vezes eu sinto saudades...
Das secas que nos castiga
Que destrói nosso torrão
Mata o milho antes da espiga
2
Pensando tenho saudades
Das plantas e frutas boas
Do cheiro daquela relva
Do meu querido Alagoas
3
O chazinho de sabugueiro.
Que curava quase tudo.
Era um santo remédio.
Curava ate cego e surdo.
4
Do caju castanha e suco.
Da cana garapa e mel.
Alfenim e rapadura.
Parece um manjar do céu.
5
Mandioca ou macaxeira.
É boa de qualquer jeito.
Com manteiga da fazenda.
Pra mim Um prato perfeito.
6
Bolo de feijão de corda.
Com molhinho de pimenta.
Amassado com toucinho.
Não há regime que aguenta.
7
Maxixe abobora e andu.
Com carne seca e quiabo.
O almoço está completo.
A porca vai torcer o rabo.
8
Eu vou falar dos bons sucos.
De comer já estou cansado.
Quero um suco bem gostoso.
De carambola bem gelado.

9
Goiaba, seriguela e jenipapo.
Caju, manga rosa e cajarana.
Azedinha abacate e pinha.
Cajá melancia com laranja.
10
Peço Agora a sua licencia.
Pra falar das nossas matas.
Sejam das serras ou caatinga.
Eu sinto muito as suas faltas.
11
Carnaubeira e rama branca.·.
Algaroba Urtiga e mulungu.
Baraúna e capim santo.
Jurubeba Pitombeira e umbu.
12
Algaroba, Canafístula e mucunã.
Juazeiro, pitanga e mangueira.
Xiquexique e Moleque-duro.
Pau-ferro, aroeira e catingueira.
13
Aqui vão minhas homenagens.
Os passarinhos e aos animais.
Que alegram nossos momentos.
Pois nos precisamos de mais.
14
Galo de campina e Papagaio
Canário e rolinha fogo apagou
Andorinha e sabiá laranjeira
João de barro e o beija flor
15
Eu também sinto saudades
Dos lugares por onde andei
Bom Sucesso e rua da palha
Bairro onde nasci e me criei
16
Belo horizonte e Almeida.
Morada e perna quebrada
Morro vermelho e minagem
Padre João e encruzilhada.
17
Lagoa da vaca e sabonete.
Espanha, gato e sacão.
Serrote do gato e minagem.
Santa cruz e Lamararão.
18
Aqui deixo o meu abraço
Aos amigos do facebook
Que tiveram a paciência
De ler meus versos e truques.
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Zezinho de Laura-

COISAS DO MEU BRASIL - Germano


COISAS DO MEU BRASIL - Germano

 

Não sou muito adepto a falar de certas coisas, todavia, fiquei indignado com o que o Ministério Público se propõe a realizar: Uma campanha pública contra a corrupção. Pelo que entendi é para a comunidade denunciar.
Ora, existem os vereadores para investigar e denunciar. Cada cidade tem o Promotor Público que, mesmo sem querer,  toma conhecimento  e fica sabendo dos políticos que enriquecem do dia para a noite. O Estado tem o Tribunal de Contas que analisa e aprova as contas. A Receita Federal tem o acompanhamento da evolução patrimonial dos cidadãos, então, por que não cumprem a contento as suas obrigações.
No momento atual, depois de tantas prevaricações, vão querer que o cidadão, arranje encrencas, denunciando uma coisa que não pode provar, já que as  licitações e as prestações de contas são efetivadas e aprovadas pelos  órgãos competentes  e dentro dos parâmetros legais, segundo eles  em suas justificativas.
Os gestores, com raríssimas exceções, vivem reclamando da falta de recursos, então porque não renunciam, quem sabe, poderia assumir o poder,  quem fosse  realmente, dotado de ética e seriedade, pois, pelo que se noticia, o Governo Federal disponibiliza mensalmente recursos suficientes para que se mantenha  uma administração eficiente e elogiável pelas comunidades.
Conforme se lê e se ouve quase que diariamente nos jornais e nas redes de televisão, os casos de corrupção são divulgados pelas ocorrências registradas em quase todos os recantos do País. Muitos  corruptos são apresentados com algemas e presos, todavia, os processos levam anos e anos para os julgamentos, dando margem a que gastem os recursos desviados e retornem a exercer cargos públicos novamente e desta feita, com mais experiência, que são transmitidas para os descendentes e o ciclo vicioso permance.
Particularmente, acho que com as denúncias e reportagens formuladas pelos jornalistas e órgãos de publicidade, não há necessidade de envolver o cidadão comum que, caso denuncie, passa a perder a tranquilidade. Nestes casos, VER, OUVIR e CALAR passa a ser a melhor opção.