terça-feira, 14 de julho de 2015

O GIGANTE ADORMECIDO - Germano


O GIGANTE ADORMECIDO – Germano


Existem coisas que se tornam difíceis de entender e uma delas é a insatisfação dos jovens por asneiras que, após tumultos organizados, geram problemas de grandes proporções para o País a exemplo dos “caras pintadas”  nos anos noventa e recentemente, as passeatas com variadas reivindicações sendo a  redução das tarifas de ônibus  uma das causas principais, por isso ficou conhecida como a manifestação dos vinte centavos,  além  dessa, uma outra de grande importância foi o pedido do  fim da corrupção.

Os bilhões  desviados por empreiteiras e políticos das obras públicas e das estatais, a exemplo da PETROBRAS,  ainda não conseguiram acordar o gigante que , adormecido, assiste a tudo em clima de paz e tranquilidade.

A polícia  federal tem demonstrado excelente habilidade nas investigações e investidas na caça aos poderosos e, temos visto  diariamente na TV o noticiário de mais investigados sendo presos, inclusive, com documentos e computadores que supõem comprometedores.

Os nossos governantes precisam tomar  maior conhecimento de ética e seriedade no trato das coisas públicas que ainda insistem a administrar como  se o Órgão houvesse sido patrimoniado.  Saber  ainda, que a população brasileira, mais do que votar, sabe também, lutar e   reivindicar  melhorias e mudanças administrativas para as comunidades.

O que se torna ainda muito estranho é a não mudança do comportamento administrativo dos que se propõem a exercer cargos públicos. Insistem em colocar familiares nas disputas eleitorais sabendo que,  não são devidamente preparados para o mister e que irão dar continuidade aos costumeiros desmandos tão peculiares em diversas comunas brasileiras.

 

 

segunda-feira, 13 de julho de 2015

A VINGANÇA - Germano


A VINGANÇA – Germano

Vingança – s.f. – Ato  ou efeito de vingar, desforço, desforra, castigo, represália, vindita. (Augusto Miranda).

O nordestino é reconhecido nacionalmente pelo desejo de vingança, fruto da cultura reinante em quase todos os estados e que passa de pais para filhos, muito embora, com  um declínio bastante acentuado  nas últimas gerações,  tudo isso, devido a melhoria dos estudos nas escolas públicas municipais onde os filhos dos sertanejos ruralistas tem assento nas escolas e lanchonetes das cidades. Como passaram a viver em comunidades  mais evoluídas, ficaram mais tolerantes. Com o advento do celular, que proporciona maior ligação entre os integrantes das  comunidades urbanas e rurais os relacionamentos de amizade subiram a níveis admiráveis.

Os jovens da zona rural não tinham acesso aos bailes das cidades interioranas, hoje em dia eles participam até das comissões  que organizam as festas.  Esse convívio social tem modificado o pensamento vingativo das novas gerações, que passaram a dispensar pequenas afrontas, fruto também, da mídia e das facilidades de locomoção atualmente existentes.

Não resta a menor dúvida de que ainda existem famílias que permanecem com o que se chama de “carrancismo” onde ainda prevalece o desejo de vingança. Estes costumam agir à margem da lei, fazendo justiça ao seu bel prazer, ignorando as consequências que os seus atos possam trazer.

Perdoar ainda é difícil e isto faz parte da natureza humana.

Vejam o que disse Mário Sergio Cortella,  sobre o assunto:

Nas nossas cidades não tem sido incomum situação de violência inacreditável – mas não o será para  sempre. Ficamos imaginando como um ser humano é capaz de fazer aquilo. E aí vem o desejo de vingança, de colocar  em cena o famoso “olho por olho, dente por dente”, a clássica Lei  de Talião, que é uma expressão que vem do latim, do  “tal e qual”. Tal isso, tal aquilo.  Talião não era um lugar, mas uma expressão latina tal e qual ,  talis (tal, igual). 

Lembremos  o líder indiano Mahatma Gandhi, que foi um pessoa que pensou na possibilidade de enfrentamento sem violência de resistência pacífica – não a inação, o conformismo, mas o combate à violência sem o uso de uma violência idêntica.

Ele dizia “Olho por olho e o mundo fica cego”.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

SANTA CRUZ DO DESERTO - Germano















 
 
Estamos reproduzindo a reportagem abaixo que foi divulgada no BLOG DO ETEVALDO.
Para quem não sabe, o Etevaldo  é natural de Pão de Açucar, estudou em Satuba, foi funcionário da antiga EMATER e trabalhou em Mata Grande, daí o seu apego por nossa terra. Atualmente é alto funcionário na Secretaria de Agricultura do nosso Estado.
Existem outras reportagens no seu blog onde o nome de Mata Grande é sempre enaltecido e uma específica sobre Santa Cruz do Deserto, portanto, esta já é a de número 2, como ele postou.
Agradecemos ao amigo Etevaldo pelas lembranças e dedicação a nossa terra.
Para abrilhantar a matéria, estamos incluindo algumas fotos de Santa Cruz do Deserto, que já está bastante desenvolvida e com condições de passar a ser  mais uma cidade sertaneja.
 
 
 
 
 
 
 

 

Por Etevaldo Amorim

 

Em 19 de setembro de 2014, publicamos um texto do Jornal do Penedo, edição de 25 de janeiro de 1879, em que se tem a origem do povoado Santa Cruz do Deserto, município de Mata Grande.

Agora, vasculhando as páginas do Diário de Pernambuco, encontrei nova referência àquela importante localidade, desta feita envolvendo um conterrâneo pão-de-açucarense, o Monselhor José de Freitas Machado, que durante muitos anos foi Secretário do Arcebispado de Olinda, e o Frei Venâncio Maria di Ferrara, missionário capuchinho (1822-1906).

Vejamos o que está na edição de 26 de outubro de 1887, p. 2, daquele importante periódico pernambucano:

 

SANTA MISSÃO. Escreveram-nos de Paulo Afonso, no 1º do corrente.

 

“O Revmº Frei Venâncio Maria de Ferrara, missionário capuchinho, tem prestado relevantes serviços e diversos lugares e ultimamente nesta freguesia.

Tendo vindo dos Olhos d’Água, do Termo de Piranhas, em agosto último, para o povoado - Espírito Santo – da freguesia de Tacaratu, com o fim de fazer ali um cemitério, como fez em poucos dias, teve que passar pela Venerável Santa Cruz do Deserto, nesta freguesia, distante desta Vila três léguas, onde existe de muitos anos um considerável número de relíquias, que atestam o grande número de doentes que milagrosamente de hão curado de graves enfermidades; razão porque foi erigida, há muito tempo, naquele lugar, uma capelinha, a qual foi de novo começada pelo Juiz de Direito desta Comarca Dr. Antônio Cardoso de Oliveira Guimarães.

De volta do Espírito Santo, o Revmº Frei Venâncio, em companhia do digno vigário desta freguesia, Padre José de Freitas Machado, e mais pessoas, demorou-se naquele lugar (Santa Cruz do Deserto) e ali permaneceu em Missão desde 25 de agosto até 15 de setembro, havendo sempre grande concorrência de povo que ia aumentando extraordinariamente de dia a dia, calculando-se nos últimos dias número superior a seis mil pessoas.

Durante a Santa Missão, houve para mais de cinquenta casamentos, mais de mil comunhões e deu-se considerável andamento ao serviço da igreja, deixando o virtuoso missionário, ao retirar-se, a quantia de 190$000 em mão do digno vigário Machado, e grande quantidade de material reunido.

Depois da retirada do incansável missionário, o vigário Machado, não menos diligente, tem conseguido continuar o serviço da dita igreja, com desejo de deixa-la ao menos coberta e fechada com portas, no que vai sendo auxiliado pelos bons católicos desta freguesia, além do que de seu bolso tem despendido.

São sempre benéficos os efeitos da nossa santa e verdadeira Religião Católica Apostólica Romana que, há 19 séculos, tem sido combatida, mas nunca vencida.

O Revmº Frei Venâncio deixou seu nome gravado no coração dos povos, por suas virtudes e maneiras afáveis, tanto assim que o digno missionário na hora de sua partida não pode conter as lágrimas, assaz comovido, tal foi a pena, o choro, com que o povo em massa dele se despediu.

Fazemos votos para que o virtuoso missionário volte em breve para esta freguesia. ”

 

 


Monsenhor Freitas, à época Vigário de Paulo Afonso, atual Mata Grande.