Chegou mais uma época
carnavalesca e naturalmente o pensamento se volta para os grandes carnavais
vividos em Mata Grande.
O carnaval é uma
festa pagã e começou pelo costume de se fazer um período de longa duração onde
a abstinência e o jejum predominavam daí o nome “adeus à carne” que em latim se
escreve como “carnis levale”, surgindo então o nome carnaval. Havia muitas
festas extravagantes onde se brincava conforme o costume de cada região.
Acredita-se que
foram os gregos que o inventaram depois a igreja Católica adotou as festas para
que o jejum fosse adotado até a quaresm
Por isto foi
adotado de maneiras diferentes entre várias partes do mundo, sendo que Paris
foi quem mais exportou a festa para outras cidades,
inclusive, para o Rio de Janeiro que
com suas escolas de samba, é considerado o maior carnaval do mundo, as
quais, já foram adotadas também por São Paulo. Isto sem esquecer Recife que
hoje concentra o maior bloco carnavalesco do mundo. O galo da madrugada.
Os portugueses
foram os nossos colonizadores e trouxeram o hábito, inclusive o de jogar
maisena, farinha de trigo, água e ovos nas pessoas que brincavam. Já nos
salões, as fantasias, confetes, serpentinas e lanças perfumes davam a tônica da
animação.
O primeiro grito de
carnaval oficial de rua no Brasil foi realizado em 1884, em Salvador, na Bahia.
No início era uma espécie de imitação do Carnaval de Veneza,com todo o luxo que
o desenvolvimento da cidade baiana, na época permitia.
Já o frevo, um dos mais populares ritmos do Brasil, grudado
no DNA do povo pernambucano, esse ritmo
faz o sangue de milhões de foliões ferver ou “frever”. Uma adaptação em bom
“pernambuquês” para o termo ferver virou assim a designação de um dos ritmos
mais fascinantes da música popular Brasileira (Fonte Revista Agerip)
E assim ele também
chegou a Mata Grande, onde os frevos e marchas carnavalescas pernambucanas
dominam os salões de festas.
Logo que chegava o sábado, o bloco do Zé Pereira, saia pelas ruas , juntamente com Mariquinha e Juvenal, anunciando um excelente carnaval com a música:
VIVA ZÉ PEREIRA
VIVA JUVENAL
VIVA MARIQUINHA
TODOS TRÊS NO CARNAVAL.
Logo que chegava o sábado, o bloco do Zé Pereira, saia pelas ruas , juntamente com Mariquinha e Juvenal, anunciando um excelente carnaval com a música:
VIVA ZÉ PEREIRA
VIVA JUVENAL
VIVA MARIQUINHA
TODOS TRÊS NO CARNAVAL.
O carnaval de Rua em
Mata Grande era o melhor do alto sertão, principalmente o da terça feira
onde foliões de Maceió, Delmiro Gouveia,
Inajá, Inhapi e Canapi sempre marcavam presença, animando os blocos do mela,
mela, rasga camisas e outras brincadeiras.
Na segunda feira
não tinha como não prestigiar o bloco do URSO PRETO comandado por seu Joaquim
de Belo, saindo da Rua Nova, cuja música
era mais ou menos assim:
MAS COMO FOI
MAS COMO É
O URSO PRETO
TÁ NA ARCA DE NOÉ.
TODO MUNDO JÁ DIZIA
QUE ESTE URSO NÃO SAIA
MAS O URSO ANDA NA RUA
COM PRAZER E ALEGRIA.
Na terça feira outro bloco famoso era o do BACALHAU que saia do Mandacaru sob o comando de João Caju e a música dizia:
TODO MUNDO JÁ DIZIA
QUE ESTE URSO NÃO SAIA
MAS O URSO ANDA NA RUA
COM PRAZER E ALEGRIA.
Na terça feira outro bloco famoso era o do BACALHAU que saia do Mandacaru sob o comando de João Caju e a música dizia:
OLHA O BACALHAU
PRA MIM É UM
COLOSSO
AZEITE COM VINAGRE
O SALGADO E O
INSOSSO.
A noite havia no Mercado
da Farinha o baile com as fantasias. Posteriormente, a política local dividiu a
sociedade matagrandense com a criação do PAZ E AMOR CLUBE. Eram dois grandes
bailes o que formou dois grandes blocos nas ruas, divididos e que não poderiam se cruzar nas ruas pois as
insinuações provocavam brigas.
Paulatinamente,
famílias foram deixando de se deslocar para passar o carnaval em Mata Grande
que, com o surgimento das bandas e palanques armados no meio da rua tornaram o
carnaval da cidade menos atraente. Hoje em dia os conterrâneos fazem é se
deslocar para outras cidades a fim de se divertirem melhor. E aos poucos, foi
perdendo a graça. Às vezes se anuncia um carnaval como antes, mas não se
consegue a alegria e a beleza que o tempo levou.