Mata Grande: na visão de um matagrandense
Por Seminarista Joelder Pinheiro Correia de Oliveira
A beleza de um lugar está muito além do que se pode ver,
está tão distante dos sentidos preconceituosos quanto do juízo de quem não
conhece sua história, sua cultura, seu povo. Muitas vezes, as pessoas julgam os
lugares sem conhecê-los. “Tu és de onde?” – alguém pergunta. “Sou de Mata
Grande” – respondo. “‘Vixe’, onde fica isso?... É no fim do mundo...”. No fim
do mundo está quem se fecha em sua pobreza cultural, geográfica e histórica.
Se o sertão é o “fim do
mundo”, no fim do mundo tem um grande tesouro. Tesouro que fica entre serras,
guardado pelo esverdeado das campinas, coberto pelo manto azul do céu, e
refrigerado por um clima agradabilíssimo que torna o dia ameno. O sertão é
rico, rico pelo seu povo forte e viril, pela sua gente simples e acolhedora,
capaz de sofrer sem perder a esperança, de chorar sem perder a fé. E neste
sertão está Mata Grande, com seu povo e sua história, sua riqueza.
Oh Mata Grande, como não amar tuas serras verdes e
férteis? Como esquecer as águas cristalinas que jorram de tuas fontes? Como não
sentir o acaloramento com que teus filhos acolhem os visitantes? Como esquecer
a torre da Matriz que pode ser vista em todas as partes da cidade, como que
lembrando o tempo todo que aquele povo tem fé? Como não se sentir fervoroso e
contagiado pelas festas de dezembro, em honra a Nossa Senhora da Conceição, tua
padroeira? Como não se rejubilar pelos vultos ilustríssimos que enaltecem a tua
história e a história das terras alagoanas? Como não relembrar tua história
mais que centenária?
É verdade que muita coisa já mudou, muitos prédios
antigos foram destruídos, outros estão se ruindo pelo descaso, como a antiga
cadeia pública; muitas figuras ilustres que marcaram o tempo com sua existência
já faleceram; outros costumes foram trocados pela tecnologia da modernidade.
Mas uma coisa não pode ser mudada, esta nunca será modificada, porque nem a
borracha do tempo é capaz de apagar: a tua história.
Uma coisa é certa: quem conhece Mata Grande e toma de sua
água – como se diz por lá – sempre quer retornar às suas terras!
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