sábado, 14 de junho de 2014

O ENGRAXATE - Germano






O ENGRAXATE


Passeando na feira de Mata Grande no dia 14.06.2014, deparei com Filó, na rua Ubaldo Malta, em frente a  uma casa comercial, sentado embaixo de um pé  de  algaroba e pasmem, engraxando sapatos à domicílio. Sempre aos sábados ele fica na calçada da padaria de Mário, exercendo o seu ofício aos que por ali trafegam. Sempre o cumprimento, pois, Filó sempre foi o engraxate das minhas botas pretas que ultimamente  surrupiaram e não sei que fim levou.
 
As lembranças, entretanto, vieram à mente e lembrei-me do  Zé Aleijado que era assim apelidado pelo seu jeito desengonçado de andar, muito embora, tivesse outros apelidos como “dezoito molas , Zé de Helena, Zé Engraxate etc”.  Relembrei que aos domingos à tarde, ao trocar de roupas, descia para o Bar de Noca, onde devido a sombra do prédio o Zé Aleijado passava a tarde engraxando os sapatos. Era um excelente engraxate, querido e admirado por todos.
 
Hoje a profissão de engraxate em pontos fixos, pelo menos em cidades interioranas acabou. Nas de maior porte, presenciamos vez por outra, passar um jovem com uma caixa na mão, oferecendo os serviços. Raramente encontra alguém que aceite.
 
Nas grandes cidades os hotéis disponibilizam máquinas que, acionadas fazem a limpeza dos sapados dos hóspedes e, devido à existência de produtos com esponjas, muitos dos quais  “incolor” , que visam facilitar os trabalhos pelo proprietário. Particularmente, tenho usado  muito esses produtos, por não dispor de tempo de ficar sentado em frente ao engraxate.
 
Durante muitos anos, usei os serviços de Filó que, periodicamente, se deslocava até a minha residência e de uma só vez engraxava todos os sapatos.

Vale frisar, que pedi a Filó para  clicar as fotos acima, ele concordou e até me pediu para tirar uma sem o boné. Pedido atendido.

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