A
SERRA DA ONÇA
A Serra da Onça , indiscutivelmente, é um dos
maiores cartões postais de Mata Grande, não somente pela sua imponência como
também pelo seu histórico.
Dizem os mais antigos que lá
existia uma loca nas pedras, onde as
onças se escondiam durante seus
descansos. Recentemente, por ocasião da recuperação da pintura e telhado da
igrejinha, descobrimos uma “mandala” outros conhecem por “mandela” que não
sabemos atribuir o real significado, bem como, os dizeres inseridos na pedra de
mármore quando da inauguração pelo Capitão Antonio Rodrigues com os seguintes
dizeres:
“MONUMENTO ERIGIDO A SANTO
ANTONIO POR ANTONIO ROIZ ALBUQUERQUE. LEMBRANÇA POR ELLE DEIXADA A SUA FAMÍLIA E A SUA TERRA NATAL.
SETEMBRO.07.1923”.
No decorrer do ano passado,
vimos uma foto da igrejinha muito suja
pela ação do tempo. Lançamos uma proposta e os matagrandenses contribuíram e
foi efetivada a recuperação da pintura, logo em seguida, lançamos outra
campanha para a construção dos degraus
nas partes mais íngremes e novamente os matagrandenses abaixo contribuíram.
Veja a seguir:
“VAMOS CONSTRUIR DOIS LANCES DE DEGRAUS NAS PEDRAS DA SERRA
DA ONÇA?
O orçamento com o mesmo pedreiro
foi de R$ 900,00 (novecentos reais), sendo um lance de quinze degraus e outro
de dez degraus. No dia 06.02.14 já autorizei o início dos trabalhos com o
pagamento em três prestações de R$ 300,00 (trezentos reais) cada, sendo o último
na Semana Santa quando se comprometeu a entregar tudo pronto.
O primeiro acerto foi com degraus de cinquenta
centímetros, todavia, alguns acharam muito estreito para passar uma pessoa por
outra, então, acertamos cada degrau com um metro.
Cada carreto fica por R$ 10,00, e um saco de
cimento tem que ser dividido em dois, daí, cada saco chega lá em cima por R$
46,00 e ainda tem a brita, a areia e a água a serem transportadas.
Pedimos que as doações sejam creditadas na
minha conta número 37.614-0 , Agência 1233-5 no Banco do Brasil, S/A., e que me
avisem para incluir o nome e o valor na relação.
RELAÇÃO DOS DOADORES PARA A CONSTRUÇÃO DOS DEGRAUS:
Sobras do serviço de recuperação da igrejinha...R$ 52,10
Germano Mendonça Alves..................................R$
47,90
Valderez Mendonça Bezerra............................... R$
50,00
Chintia
Brandão...................................................R$ 50,00
Matagrandense Anônimo...................................R$
50,00
Nélia Paula Alves Barbosa.................................
R$ 100,00
Creuza
Malta..................................................... R$ 100,00
Albegie Brandão
Barbosa...................................R$
50,00
José Freitas de Lima (Zezinho de Laura).............R$ 70,00
Tânia Maria e Hélio Calheiros.............................R$
50,00
Sebastião Torres
...............................................R$ 100,00
Márcia Alves Machado e Manuel Pereira.......... R$ 50,00
Clara Luiza Lisboa Anache e João Anache......... R$ 50,00
José Renato.......................................................
R$ 50,00
Coronel Pedro Vieira Malta
Filho.....................R$ 50,00 = TOTAL – R$ 920,00.
Vale ressaltar que o pedreiro
Waldo, construiu dez degraus no primeiro lance e vinte e um no segundo lance pelo
mesmo orçamento, recebendo a mais, somente
os vinte reais, uma vez que o
matagrandense Zezinho de Laura enviou setenta reais.”
Na última Semana Santa mais de duas mil pessoas
subiram a serra entre a quarta feira e o
domingo. Tal número se deu, devido a facilidade da subida com a implantação dos
degraus muitos começaram a visitar a partir da quarta feira, eu visitei na quinta
e no domingo.
Entusiasmado, Walter Alcântara Brandão, me procurou e vai
construir uma estrada para automóveis até o pé da serra e construir o restante
da escadaria o que vai melhorar ainda mais a subida, uma vez que pretende também
colocar um corrimão.
Seu Antonio Rodrigues, como o chamávamos, em 1923 erigiu a igrejinha
e quase um século depois vêm alguns melhoramentos. Na realidade a Serra oferece
bastantes atrativos turísticos, afora a vasta visão de um longínquo horizonte, existe a grande pedra , excelente para a
prática do rapel e ainda para voos de asa delta, para isto, o município
necessita de um secretário de turismo predisposto a alavancar o turismo na
região, pois inúmeras opções de trabalho
se apresentam cotidianamente.
Existem várias poesias
e textos enaltecendo os encantos da serra, alguns já publicados neste
blog, queira reler neste blog os do jornalista e cidadão
matagrandense Walter Medeiros e dos conterrâneos, Fagner , Zezinho de Laura e
Neidivan.
Já o escritor matagrandense
Djalma Mendonça, na página 33 do seu livro Monografia do Município de Mata Grande, disse
o seguinte:
“Outro passeio inesquecível,
que paga com ágio o esforço físico dos que possuem boa saúde e fortes pernas
para subirem até lá, é, certamente, o da Serra da Onça, aonde se chega por
estreita trilha, galgando 700 metros de altitude pouco mais ou menos.
Ali, no ponto mais alto,
entre fraguedos, granqueja ao sol do
verão, em atmosfera rarefeita e puríssima, ou nos ligeiros intervalos da névoa
do rigoroso inverno matagrandense, minúscula
capelinha, dedicada a Santo Antônio, por um de seus devotos, o
comerciante Antonio Rodrigues Albuquerque.
O penoso sacrifício da
subida, íngreme e tortuosa, é
compensado, à larga, pelo magnífico e extasiante quadro que se descortina aos
nossos olhos.
A visão paradisíaca é
limitada no horizonte longínquo, a oeste, pela cordilheira do Moxotó, com seus
belíssimos pontos mais altos, destacando-se o do Parafuso, semelhante a essa
peça mecânica e, mais ao sul, o chamado Serrote Preto, lembrando um chapéu de
abas para baixo, cuja beleza talvez só encontre rival do famoso Gigante que
Dorme, emoldurando a famosa Baía de Guanabara.
Aqui, porém nada se deve à
mão astuta do homem os nossos olhos apenas se maravilham ao contemplar a obra esplêndida
do Criador!
Ao norte, outra visão
fascinante! A serra da Boa Vista auferindo
gigantesca cabeça de serpente, cujo corpo é formado pelo seu prolongamento , de
dorso mais baixo, mas que nos corta a linha visual para horizontes mais largos.”
Resta-nos, pois, doravante, aguardar maior interesse do
poder publico municipal em preservar os patrimônios que a região possui, para
que as próximas gerações desfrutem com bem estar e tranquilidade as belezas
naturais disponibilizadas pela Natureza.
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