quinta-feira, 19 de junho de 2014

A SERRA DA ONÇA - Germano



A SERRA DA ONÇA


A  Serra da Onça , indiscutivelmente, é um dos maiores cartões postais de Mata Grande, não somente pela sua imponência como também pelo seu histórico.

Dizem os mais antigos que lá existia uma loca nas pedras,  onde as onças se escondiam durante  seus descansos. Recentemente, por ocasião da recuperação da pintura e telhado da igrejinha, descobrimos uma “mandala” outros conhecem por “mandela” que não sabemos atribuir o real significado, bem como, os dizeres inseridos na pedra de mármore quando da inauguração pelo Capitão Antonio Rodrigues com os seguintes dizeres:
“MONUMENTO ERIGIDO A SANTO ANTONIO POR ANTONIO ROIZ ALBUQUERQUE. LEMBRANÇA POR ELLE DEIXADA  A SUA FAMÍLIA E A SUA TERRA NATAL. SETEMBRO.07.1923”.
No decorrer do ano passado, vimos uma foto da  igrejinha muito suja pela ação do tempo. Lançamos uma proposta e os matagrandenses contribuíram e foi efetivada a recuperação da pintura, logo em seguida, lançamos outra campanha para  a construção dos degraus nas partes mais íngremes e novamente os matagrandenses abaixo contribuíram. Veja a seguir:
“VAMOS CONSTRUIR DOIS LANCES DE DEGRAUS NAS PEDRAS DA SERRA DA ONÇA?
O orçamento com o mesmo pedreiro foi de R$ 900,00 (novecentos reais), sendo um lance de quinze degraus e outro de dez degraus. No dia 06.02.14 já autorizei o início dos trabalhos com o pagamento em três prestações de R$ 300,00 (trezentos reais) cada, sendo o último na Semana Santa quando se comprometeu a entregar tudo pronto.
O primeiro acerto foi com degraus de cinquenta centímetros, todavia, alguns acharam muito estreito para passar uma pessoa por outra, então, acertamos cada degrau com um metro.
Cada carreto fica por R$ 10,00, e um saco de cimento tem que ser dividido em dois, daí, cada saco chega lá em cima por R$ 46,00 e ainda tem a brita, a areia e a água a serem transportadas.

Pedimos que as doações sejam creditadas na minha conta número 37.614-0 , Agência 1233-5 no Banco do Brasil, S/A., e que me avisem para incluir o nome e o valor na relação.
RELAÇÃO DOS DOADORES PARA A CONSTRUÇÃO DOS DEGRAUS:
Sobras do serviço de recuperação da igrejinha...R$ 52,10
Germano Mendonça Alves..................................R$ 47,90
Valderez Mendonça Bezerra............................... R$ 50,00
Chintia Brandão...................................................R$ 50,00
Matagrandense Anônimo...................................R$ 50,00
Nélia Paula Alves Barbosa................................. R$ 100,00
Creuza Malta..................................................... R$ 100,00
Albegie Brandão Barbosa...................................R$  50,00
José Freitas de Lima (Zezinho de Laura).............R$ 70,00
Tânia Maria e Hélio Calheiros.............................R$ 50,00
Sebastião Torres ...............................................R$ 100,00
Márcia Alves Machado e Manuel Pereira.......... R$ 50,00
Clara Luiza Lisboa Anache e João Anache......... R$ 50,00
José Renato....................................................... R$ 50,00
Coronel Pedro Vieira Malta  Filho.....................R$ 50,00 = TOTAL – R$ 920,00.
Vale ressaltar que o pedreiro Waldo, construiu dez degraus no primeiro lance e vinte e um no segundo lance pelo mesmo orçamento, recebendo a mais, somente  os  vinte reais, uma vez que o matagrandense Zezinho de Laura enviou setenta reais.”
Na  última Semana Santa mais de duas mil pessoas subiram a serra entre a quarta feira e  o domingo. Tal número se deu, devido a facilidade da subida com a implantação dos degraus  muitos começaram a visitar  a partir da quarta feira, eu visitei na quinta e no domingo.
Entusiasmado, Walter  Alcântara Brandão, me procurou e vai construir uma estrada para automóveis até o pé da serra e construir o restante da escadaria o que vai melhorar ainda mais a subida, uma vez que pretende também colocar um corrimão.
Seu Antonio Rodrigues,  como o chamávamos, em 1923 erigiu a igrejinha e quase um século depois vêm alguns melhoramentos. Na realidade a Serra oferece bastantes atrativos turísticos, afora a vasta visão de um longínquo horizonte,  existe a grande pedra , excelente para a prática do rapel e ainda para voos de asa delta, para isto, o município necessita de um secretário de turismo predisposto a alavancar o turismo na região, pois inúmeras opções de trabalho  se apresentam cotidianamente.
Existem várias  poesias  e textos enaltecendo os encantos da serra, alguns já publicados neste blog,  queira  reler neste blog os do jornalista e cidadão matagrandense Walter Medeiros e dos conterrâneos, Fagner , Zezinho de Laura e Neidivan.
Já o escritor matagrandense Djalma Mendonça, na página 33 do seu livro  Monografia do Município de Mata Grande, disse o seguinte:
“Outro passeio inesquecível, que paga com ágio o esforço físico dos que possuem boa saúde e fortes pernas para subirem até lá, é, certamente, o da Serra da Onça, aonde se chega por estreita trilha, galgando 700 metros de altitude  pouco mais ou menos.
Ali, no ponto mais alto, entre fraguedos,  granqueja ao sol do verão, em atmosfera rarefeita e puríssima, ou nos ligeiros intervalos da névoa do rigoroso inverno matagrandense, minúscula  capelinha, dedicada a Santo Antônio, por um de seus devotos, o comerciante Antonio Rodrigues Albuquerque.
O penoso sacrifício da subida,  íngreme e tortuosa, é compensado, à larga, pelo magnífico e extasiante quadro que se descortina aos nossos olhos.
A visão paradisíaca é limitada no horizonte longínquo, a oeste, pela cordilheira do Moxotó, com seus belíssimos pontos mais altos, destacando-se o do Parafuso, semelhante a essa peça mecânica e, mais ao sul, o chamado Serrote Preto, lembrando um chapéu de abas para baixo, cuja beleza talvez só encontre rival do famoso Gigante que Dorme, emoldurando a famosa Baía de Guanabara.
Aqui, porém nada se deve à mão astuta do homem os nossos olhos apenas se maravilham ao contemplar a obra esplêndida do Criador!
Ao norte, outra visão fascinante!  A serra da Boa Vista auferindo gigantesca cabeça de serpente, cujo corpo é formado pelo seu prolongamento , de dorso mais baixo, mas que nos corta a linha visual para horizontes mais largos.”
Resta-nos,  pois, doravante, aguardar maior interesse do poder publico municipal em preservar os patrimônios que a região possui, para que as próximas gerações desfrutem com bem estar e tranquilidade as belezas naturais disponibilizadas pela Natureza.

 





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