Maceió (AL), 19 de março de 2013.
A Luta do Sertanejo.
“É triste ver o sertanejo
criado neste torrão
nascido em Mata Grande
ou em qualquer região
vendo seu gado acabar
por falta de água e ração.
A seca trás sofrimento
a chuva nem piedade
o verde se foi com o vento
do gado restou saudade
no sertão falta alimento
e sobra dignidade.
Na barragem do Monte Alegre
so restou mesmo o torrão
lá na Placa de Guiler
água não existe não
só se ver um pouco de água
de Zé Cândido até o
Grotão.
Na casa do meu irmão
na Lage Grande eu passei
lá é grande o sofrimento
tem de oito a nove
mês
em ver todo gado magro
meus prantos não segurei.
Passei em
Salgado do Lino
a seca e de arrasar
a mesma situação
é na Lagoa do Quipá
passando na Boa Vista
é grande a lamentação
macambira e mandacarú
ja se acabou no sertão.
Se voçê ainda tem lágrimas
não ande neste sertão
é muito gado com fome
e muita carcaça no chão
se você andar e nao chora
você não tem coração ....
“sofrimento do sertanejo”
AUTOR: HELIO DE GUILER
NOTA: Hélio é marchante, vaqueiro, motociclista, vacinador de bovinos e funcionário público municipal e agora , um novo poeta matagrandense. Encontrei-o no mercado da carne no dia 16 de março e falamos sobre seus repentes. Ele me autorizou a dar uns retoques no português e publicar. O blog tem essa finalidade, divulgar a nossa cultura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário