quinta-feira, 28 de abril de 2011

AS ASSOMBRAÇÕES DE MATA GRANDE- Panga

Maceió (Al), 28 de abril de 2011. Quem não lembra de PANGA? Era um homem alto, forte, porém, com deficiências físicas de grande monta. Andava cambaleando, falava com dificuldades, porém, era querido por todos. Não era pedinte, gostava de trabalhar e costumeiramente, guardava as lenhas da padaria de seu Panta, que ficava próxima ao antigo cemitério de Mata Grande. O cemitério velho, encerrou as suas atividades nos idos de 1924, localizava-se logo após o Teatro Municipal, início da rua 5 de julho (Rua Nova), onde hoje funciona o conselho tutelar , o mercado da farinha, o Santuário de Santa Terezinha, isto é, o local, hoje, é muito habitado, com muitas residências, na rua Itarcy Barbosa, em homenagem ao meu cunhado, falecido em acidente automobilístico em 1970. No tempo de estudante eu e meu amigo Luis Roberto, gostávamos de ouvir o programa “INCRÍVEL, FANTÁSTICO, EXTRAORDINÁRIO” levado ao ar, uma vez por semana, entre às 23,30 horas e meia-noite,pela Rádio Tupy do Rio de Janeiro. O programa contava estórias do sobrenatural, ficávamos, muitas vezes, arrepiados e temerosos, tamanha era a veracidade da narração. Luis Roberto residia na rua de Baixo ( hoje, Ubaldo Malta) eu, na rua Nova e tinha obrigatoriamente que passar em frente ao cemitério velho. Certa noite, ao voltar, ouvi um estalido seco e amedrontador vindo do Cemitério. Parei, por uns instantes sobressaltado ,olhei e vi um enorme vulto branco , elevar-se, a uma altura que não sei calcular e mover-se em minha direção. Não tive alternativa , senão correr e entrar com muita dificuldade em casa, cansado e ofegante pela disparada e pelo medo. Ao chegar a casa, me refiz do susto e pensei: como vou contar esta história sem saber direito o que era. Vi o vulto fantasmagórico, é claro. Relutei um pouco e resolvi retornar. Deixei a porta da casa entreaberta para não ter mais tanta dificuldade em abri-la ,em caso de nova urgência. Para minha sorte, uma senhora residente naquela rua saiu da casa da sua comadre, onda estava fazendo uma visita. Aproveitei e fui até próximo ao cemitério e para minha alegria... lá vinha o Panga... levantando , com dificuldades as calças e afivelando o cinturão. Ufa, que alívio, não ví nenhuma assombração. Ainda hoje, quando recordo desta assombração, fico a meditar: caso não tivesse retornado, ainda hoje, estaria a jurar, com toda a convicção que tinha visto um fantasma. O medo nos dá a capacidade de aumentar as assombrações. Germano.

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