segunda-feira, 31 de maio de 2010

COLETORIA DA RECEITA FEDERAL-MATA GRANDE JÁ TEVE -

COLETORIA DA RECEITA FEDERAL – Mata Grande Já teve a sua Coletoria da Receita Federal. Funcionava na rua de Cima em frente a Matriz. Não sei especificar em que época foi fechada . Sei que hoje quando se precisa de quaisquer assuntos relacionados com a Receita Federal temos que nos deslocar para Delmiro Gouveia, Santana do Ipanema ou a Capital do Estado.


Na Coletoria tinha um funcionário federal, Seu Oldrado, com emprego direto, afora os indiretos, que faziam a limpeza.



Oldrado de Souza Soares, foi o Coletor Federal de Mata Grande por vários anos. Nasceu na cidade de Palmeira dos Índios (AL) em 21.04.1903 e faleceu em 13.04.1991, era filho do casal Pedro Soares da Mota e Ana de Souza Soares. O seu primeiro emprego foi na SANBRA em Penedo (AL). Depois se submeteu a concurso público federal para Coletor Federal, onde obteve o primeiro lugar. Ficou esperando a nomeação para um dos Postos da Receita, sem resultado.Um certo dia soube que existia uma vaga na cidade de Mata Grande e escreveu uma carta ao Presidente da República Getúlio Dorneles Vargas e para a sua surpresa a resposta já foi a sua nomeação. Daí sempre levou consigo fotos de Getúlio como a de  um ente querido.
Seu Oldrado residia na rua de Cima (rua da Matriz), todas as manhãs ficava admirando a vista privilegia que tinha da cidade.

Exerceu as suas atividade com muito brio, dedicação e responsabilidade. Todos o admiravam na cidade onde gozava de bastante prestígio e influentes amizades .

quarta-feira, 26 de maio de 2010

IBGE - MATA GRANDE JÁ TEVE A AGÊNCIA

Rua D. Antonio Brandão, onde funcionava a Agência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.


Maceió-Al., 26 de maio de 2010.


Mata Grande já teve a sua Agência do IBGE. Nas nossas lembranças quem comandava era o Senhor José Bernardino Correia homem ilustre da cidade, muito inteligente, conhecedor dos detalhes inerentes a cidade, ao município e também a parte geográfica e histórica do Estado de Alagoas e quiçá, do Brasil. Ainda aguardo os pormenores da sua biografia, para abrilhantar os tópicos próprios das comunidades “AMO MATA GRANDE E MATAGRANDENSES & AMIGOS”.

Na Agência existiam grandes livros com tudo que se quisesse pesquisar. Com o desaparecimento dele quem foi nomeado para o lugar foi o Sr. Serafim Araújo (conhecido como o "Cão de Tacaratú"), mas que terminou casando com uma matagrandense , depois disso, a Agência foi fechada e ainda hoje não sei para onde foi levado aquele grande acervo histórico. Hoje quem precisar de algum dado histórico tem que se dirigir a cidade de Delmiro Gouveia ou ao  Instituto Histórico de Alagoas, com sede aqui na Capital.

Uma coisa venho esquecendo de frisar, os empregos diretos e indiretos que estas repartições ou indústrias traziam para o município. Os funcionários gastavam o seu salário no comércio local. Com o encerramento das atividades os empregos eram remanejados para outras cidades ou simplesmente extintos e isto, obviamente, diminuía a circulação de dinheiro no comércio. Somente os gestores e Deputados que comandavam o município nunca enxergaram essa  grande perda e não faziam pressão para que o remanejamento não acontecesse. A única exceção cabe ao Deputado Eraldo Malta Brandão, quando quizeram remanejar a  Agência do Banco do Nordeste do Brasil para Palmeira dos Índios e ele fez com que isto não acontecesse. Vale ressaltar que até a carta patente chegou a ser transferida, segundo comentários da época.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

MATA GRANDE JÁ TEVE CINEMA - O Cine Luz

Foto do local onde ficava o antigo Cine Luz.

Maceió-Al., 19 de maio de 2010.


A energia de Mata Grande era fornecida por máquinas movidas a vapor (Caldeira)  e no Governo de Luiz Malta Gaia passou a ser  alimentada por motores de óleo diesel. Normalmente por volta das 22 horas havia um sinal, onde as luzes acendiam e apagavam e pouco tempo depois o fornecimento era suspenso. O sinal era um alerta para que os usuários se prevenissem com candeeiros e velas.
Nos idos de 1959 chegou em Mata Grande a energia da CHESF e daí seu Jari iniciou o cinema que funcionava onde hoje  é o Paz e Amor Club. O nome Cine Luz, foi em homenagem a chegada da luz (energia) da CHESF. Posteriormente  ele construiu o cinema na rua do Comércio, onde hoje funciona uma sorveteria. Na nova casa, artistas de renome também  se apresentavam e encantavam os habitantes. Lembro  da última vez que Luiz Gonzaga se apresentou. Casa  lotada, o mesmo com Waldick Soriano e tantos outros.
Um fato marcante na vida de todos era o serviço de auto-falante do Cine Luz que abrangia  quase toda a cidade. Notícias diversas eram veículadas. Músicas  lançadas faziam vibrar os corações apaixonados. Muitas delas ainda hoje fazem sucesso e nos obrigam a adquirir os CDs., quando lançados em nova versão.
Com o advento da televisão os cinemas em cidades do interior passaram a não render mais o necessário e tiveram as suas portas cerradas.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

MATA GRANDE JÁ TEVE - T E A T R O

Foto panorâmica da cidade.





O T E A T R O - É o prédio branco, com muitas janelas. Do outro lado fica a padaria de Seu Panta.



Maceió – Al. 19 de maio de 2010.



O Teatro de Mata Grande funcionava onde hoje está localizada a Praça Itarcy Barbosa, ficava na entrada de cemitério velho, lado oposto onde hoje funciona o mercado da farinha.

Era longo, cheio de janelas e ao fundo existia um palco elevado, não tenho ciência se havia atores conterrâneos uma vez que nos tempos de estudantes ali funcionava um armazém de cereais e peles. Do lado de cima, entre o teatro e o cemitério velho funcionava a marcenaria de Manoel Malinha.

Outro local onde existia palco e funcionava como teatro era na Casa Paroquial. Lá assistimos algumas peças teatrais, principalmente quando os circos iam para Mata Grande, principalmente o de Zé Bezerra, onde com grande desenvoltura ele encenavam o Ébrio de Vicente Celestino e outras que não recordo. A casa Paroquial também foi utilizada como cinema. Vinha um cidadão de nome Manoel Moraes de Palmeira dos Índios e trazia uma máquina de 16 ml com filmes. A população levava o banco (tamborete ou cadeira) para sentar e assistia aos filmes.

Dado o exposto, Mata Grande também já teve o seu teatro

terça-feira, 18 de maio de 2010

MATA GRANDE JÁ TEVE - USINA DE BENEFICIAMENTO DE ALGODÃO



                       Foto atual do prédio do Fomento Agrícola (totalmente abandonado)


      Foto da Igrejinha  construída por Zeca Beier próximo ao Vapor e foto atual do Paz e Amor Club




                                           Maceió – Al., 18 de maio de 2010



A usina foi instalada no Prédio do Fomento, na parte principal da entrada existia um grande depósito subterrâneo, onde se jogava todo o algodão adquirido, então, as máquinas instaladas, através de sucção e/ou esteiras rolantes, elevavam o algodão que era semi industrializado, após os desfibramentos peculiares, havia a separação, isto é, os caroços saiam em um lugar previamente determinado, a lã em outro, devidamente empacotada e algumas fibras em outro. Era uma verdadeira indústria que Mata Grande já teve. Ainda hoje não sei para onde foi levado todo aquele equipamento e tampouco quem era o seu verdadeiro dono.

A produção de algodão em nosso município era de grande monta. Na cidade existiram também funcionando alguns vapores de algodão. Um por sinal funcionava onde hoje está instalado o Paz e Amor Club. Ainda lembro de ter visto uma caldeira a vapor sem funcionar ali instalada e se a memória não me falha diziam que pertencia ao Deputado Antonino Albuquerque Malta. Na antiga casa de Agnelo Tenório também funcionava outra indústria de descaroçar algodão.

Outro grande empreendimento industrial que Mata Grande já teve foi o Vapor do Finado Zeca Beier no sítio Buenos Ayres. Este foi dizimado por Lampião e seus cangaceiros que mataram a tiros de fuzil mais ou menos trezentos bovinos e incendiou o vapor que queimou por muitos dias, tamanha era a quantidade de algodão e lã armazenados. Já escrevi sobre isto nas comunidades “AMO MATA GRANDE E MATAGRANDENSES & AMIGOS”.

O tio Zeca, como a minha mãe o chamava, foi um dos fundadores do Inhapi, a quem denominava de TRAMBECA e dizia que aquele lugar ainda seria maior e melhor do que Mata Grande. Hoje o Inhapi tem duas ruas com o seu nome e está muito desenvolvido.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

MATA GRANDE - A CIDADE QUE JÁ TEVE:



                                                 Maceió - Al., 17 de maio de 2010.



Nas comunidades do Orkut "Amo Mata Grande" e "Matagrandenses & Amigos" fizemos  alguns comentários sobre o tema, infelizmente  não consegui localiza-los. Recentemente um conterrâneo de nome Jorginho, neto de Seu Antonio de Justo, antigo morador da rua da Matriz, criou um tópico denominado "que pena" onde lamenta alguns descasos administrativos corriqueiros dos gestores municipais. Relembrei então que tantas repartições federais e também, estaduais já tiveram os seus escritórios bem estruturados em nossa cidade, porém, por falta de interesse político elas foram relocalizadas em outras cidades circunvizinhas ou mesmo extintas.
Tentaremos, doravante, deixar alguns escritos sobre o assunto, visando informar aos mais jovens  o que Mata Grande já teve em termos de repartições, indústrias, lazer, etc., com  suas descrições , fotos, (quando possível ) e também, as finalidades para as quais foram criadas .
Iniciaremos  falando sobre os engenhos de rapadura, isto eu escrevi em 10.11.2007:


"ENGENHOS DE RAPADURA

S.O.S. - ENGENHOS DE RAPADURA

1970 - Existiam 38 engenhos funcionando normalmente.

1992 - Existiam l8 engenhos, alguns funcionando normalmente.

2007 - Existem 08 engenhos funcionando precariamente.



TENDÊNCIA - Mata Grande passa a ser a cidade do "já teve engenho" como tantas outras indústrias que "já teve".



OBSERVAÇÕES - A rapadura e o mel dos nossos engenhos teem sabor inigualáveis, se comparados com as produzidas no Ceará e Pernambuco.

No Sítio Almeida, existiam 08 engenhos, alcancei 03 funcionando e hoje existe apenas um que funciona às quintas-feiras, precariamente, utilizando até açucar, para produzir seus produtos. engenhos de rapadura"
 
Desnecessário se torna informar da quantidade de mão de obra necessária para o funcionamento de um engenho, desde o preparo da terra, o plantio da cana, os tratos culturais, o corte o carregamento e por último o funcionamento de um engenho que diariamente , ocupa uma média de quinze homens. Vale frisar que estes trabalhadores passaram a exercer as suas atividades nas usinas de açucar.
 
Um registro importante: O Senhor de Engenho Albérico Carvalho, produzia a cachaça artezanal  em larga escala, além de mel e rapadura. Foi um dos engenhos mais modernos  que conheci em nossa terra. Visitei um similar em março deste ano, visitando Juazeiro do Norte no Ceará. Lá presenciei que o uso do açucar é uma constante. Já não se fabrica a repadura  pura como antigamente.
Nas feiras semanais de Mata Grande  existem duas bancas onde os donos de engenhos vendem os seus produtos. Mel e rapadura com sabores inigualáveis porque ainda não desenvolveram a técnica de usar o açucar para a produtividade aumentar.
 
OBSERVAÇÃO:  A foto é do engenho dos herdeiros de seu  Eneas no Sítio Flores. A cliquei do pátio da  Igrejinha do Urubu. Este engenho , por ser movido por junta de bois  foi alvo de uma grande reportagem da TVGazeta.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

RELATOS:




Água Azul, Mata Grande - Al., 08 de maio de 2010.

Hoje pela manhã iniciei viagem saindo de Maceió para passar o final de semana em Mata Grande, deixando de usar as delícias do litoral alagoano para “recarregar as baterias” nesta adorável região serrana, cuja temperatura  quando anoitece baixa para 17/19 graus.

Enfrentei chuvas durante quase todo o trajeto e como é óbvio ao chegar a Mata Grande a chuva fina anunciava o prenúncio do inverno que se inicia em maio e vai até dias de agosto.

No Estado de Alagoas vem chovendo normalmente o que deixa tudo com aquele verde que enche os olhos, inclusive na região de caatinga o que deixa o sertanejo convicto de que nos próximos meses os seus rebanhos não passarão sede e tampouco fome. O sertão responde em pouquíssimos dias as “benesses” da natureza, quiçá, chovesse normalmente ou alternadamente todos os meses. Não existiria, no nordeste, uma região melhor para se viver. O que nos falta, realmente, é água em abundância. Certa feita li em uma placa endereçada ao governo: “DÊ-NOS A ÁGUA QUE O SERTANEJO FAZ O RESTO”

Ao chegar a Mata Grande fui participar da tradicional feira do sábado rever os amigos e adquirir três rapaduras por R$ 2,00 e dois litros de mel de engenho da Serra do Sabonete a R$ 2,00 (dois reais )cada. Outra coisa, bastante interessante, um quilo de tomate vendido por R$ 2,00 (dois reais) em Maceió um quilo de tomate custa R$ 4,99 (quatro reais e noventa e nove centavos) . Mais uma vez fiquei pensando, nossa terra é o lugar onde se tem um dos melhores custos de vida. Com pouco dinheiro se faz uma feira regular.

Ao acordar no domingo, dia das mães, fui convidado para almoçar na casa de Juliana Reis (integrante do Conselho Tutelar) filha do meu compadre e amigo TINO REIS. Antes do meio dia, eu e minha irmã Valderez fomos ao cemitério, fazer uma visita a nossa saudosa mãe. Depois fizemos um longo passeio pela cidade e após deixa-la em casa fui à fazenda do meu Compadre e de lá seguimos para a casa da sua filha. Um lauto almoço nos esperava, o churrasco de carne de bode, galinha assada, lasanha, feijão tropeiro, arroz, macarrão, muita verdura e outras guloseimas, estavam uma delícia, tudo isto com uma cerveja super gelada,o que me deixou com água na boca. À tarde fomos até o Canapi, uma vez que neste dia, tivemos notícia do falecimento de Pompílio Neto, conhecido como PILA, filho de João Alvino Malta Brandão, no entanto, o sepultamento se deu em Maceió. Aproveitamos o ensejo para apresentar as nossas codolências a família enlutada.

Um caso curioso, no entanto, merece registro. Ao voltarmos a Mata Grande, resolvemos subir pelo Sítio Encruzilhada e então pudemos ver o estrago que as chuvas causaram a Al-140. Nos últimos trinta anos tenho visto aquele estrada com bastante deterioração, porém, transitável.

Domingo ela estava em péssimas condições. Jamais a tinha visto daquela forma, completamente danificada. Faço um apelo ao Governador do Estado, para que determine a sua recuperação em caráter de urgência e ainda, que se faça um estudo para que seja totalmente asfaltada. Não dá para entender como todas as estradas estaduais, inclusive vicinais, são recapeadas com asfalto e somente aquela que liga a BR a Mata Grande, Santa Cruz do Deserto e Água Branca , nunca foi asfaltada, nenhum Governador se preocupou, ninguém até agora pediu ou exigiu, que seja do nosso conhecimento.

Na segunda feira retornamos a Maceió para a continuação das lides diárias.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

SEXTA FEIRA DA PAIXÃO EM MATA GRANDE – OPERAÇÃO SERRA-VELHO.

Maceió –Al., 06 de maio de 2010.



Hoje pela manhã, fazia a minha costumeira caminhada pela orla desta Capital, ouvindo calmamente uma Rádio FM local, onde o locutor em seu programa de músicas nordestinas, usava um serrote e uma taboa, fazendo brincadeiras com os ouvintes. Lembrei então da operação serra velho que se realizava em Mata Grande.

Aos sábados de aleluia, antigamente, costumavam os jovens, munirem-se de taboas, serrotes, cachaça, tira-gostos e outros apetrechos para, em grupos, dirigirem-se as residências dos idosos e, em plena madrugada realizavam a operação serra - velho. Esta operação, bastante usada na região, consistia em chegar à porta do velho, iniciar serrando uma taboa, enquanto um do grupo gritava: - Quando morrer, para quem vai deixar esta casa? E a fazenda, quem será o herdeiro? E o Carro quem será o novo dono? O Velho acordava, irado, com os prenúncios e maus agouros da sua possível morte, diziam impropérios, fazendo-os sair em disparada em busca de uma nova residência onde habitassem velhos.

Ninguém, obviamente, gostava de ter em sua porta, pessoas com o propósito de serrar velho e a espingarda soca-tempero sempre ficava à disposição para espantar os brincalhões.

Hoje esta brincadeira acabou, até o Judas que amanhecia pregado em um poste para ser massacrado pelos populares após o sino da igreja tocar,isto quando não era roubado em plena madrugada.

Os jovens de hoje, saem pelas ruas da cidade montados em suas lindas motocicletas, buzinando pelas ruas da cidade e com os Judas como caronas, fazem a festa , fazendo a maior algazarra. Realmente os costumes mudaram.